sexta-feira, 6 de maio de 2011

Winsor McCay




Winsor McCay por Felipe Oliveira Rodrigues*

Winsor nasceu dia 26 de setembro, nos Estados Unidos, e foi um grande pioneiro da animação. Há dúvidas quanto ao ano de seu nascimento, mas acredita-se que foi entre 1867 e 1869. Desde pequeno já demonstrava grande talento para o desenho, mas nunca foi encorajado pela família. Ele estudou artes em Chicago quando contava 17 anos e, pouco mais tarde, emplacou seus primeiros trabalhos como desenhista, cobrando 25 centavos para fazer retratos de pessoas nas ruas, ilustrando cartazes de circos, eventos e, dois anos depois, propagandas.

Em 1891 casou-se com Maude Leonore Dufour e foi obrigado a mudar de emprego para conseguir sustentar os dois filhos que adquirira. Agora Winsor trabalhava num jornal, onde era cartunista. A mudança foi boa em sua vida, pois lhe permitiu criar, pela primeira vez, sua própria história em quadrinhos. Seus traços eram intensos, muitas vezes distorcidos e, algumas vezes, até mesmo surreais. Depois de trabalhos de sucesso dedicados às crianças, McCay aproximou sua temática do onírico, narrando os terríveis pesadelos que pode guardar o nosso inconsciente. Como dessa vez ele se direcionava para adultos, criou o pseudônimo de ”Silas”, para conseguir o distanciamento necessário da figura de “Winsor McCay”, já “impregnada” pelas histórias infantis. Essa é considerada a maior obra-prima do autor.
Futuramente a temática dos sonhos foi extendida numa versão para crianças, surgindo assim sua famosa história “Little Nemo in Slumberland”, que, devido ao seu sucesso, virou até peça de teatro.

McCay apresentou-se num anfi-teatro por um tempo, onde conversava com o público e desenhava ao vivo. Foi assim que descobriu a força da platéia e decidiu dedicar-se à animação. Por mais curta que tenha sido sua participação no mundo do cinema, ele revolucionou completamente as técnicas vigentes até então, pois criou um padrão de qualidade nunca visto antes, anunciando sua vanguarda. Dentre seus filmes mais famosos estão “How a Mosquito Operates” e “Gertie, the Dinosaur”.

Mesmo criando animações em duas dimensões (a única técnica até então disponível), Winsor conseguiu criar, pela primeira vez, a noção de profundidade e perspectiva no desenho animado, ajudando a compor técnicas de animação em três dimensões que surgiriam anos mais tarde.

Embora talentoso, minucioso e detalhista, sua carreira como animador não durou muito tempo. McCay decide voltar aos quadrinhos, mas acontecimentos ruins aguardavam sua carreira. Após um desentendimento com o jornal que o empregava, ele decide mudar de empregador. Foi quando sua carreira começou a descender. Suas histórias não mais faziam tanto sucesso, mas ele nunca parou de fazê-las. Seu público mudara e diminuíra, mas mesmo assim Winsor continuou a desenhar pelo resto da sua vida.

Morreu em 1934, na medida em que teve seu trabalho reconhecido no mundo inteiro. Hoje entende-se que sua participação como animador é curta, porém intensa. Ele é tido como um grande descobridor no âmbito da animação e, claro, um grande artista, que atribuiu delicadeza, técnica aperfeiçoada, inovação e criatividade a tudo que fez.

Análise do Filme “How a Mosquito Operates”

Um dos poucos filmes de McCay, “How a Mosquito Operates” demonstra sua aproximação com a temática onírica. Nele, um pernilongo gigante entra no quarto de uma pessoa que dorme e atrapalha seu sono, como já aconteceu alguma vez com a maioria de nós. A diferença é que, no curta, o mosquito tem enormes proporções. Ele enfia sua tromba diretamente na cabeça do homem, o que causa enorme desconforto a quem assiste. Para a platéia da época, era a primeira vez que se experimentava essa repulsa ao assistir um filme, sendo que esse desconforto foi comparado ao do curta surrealista “Um Cão Andaluz”, de Buñuel, onde uma navalha corta o olho de uma mulher.

Além da temática ousada, McCay inovou, como sempre, na técnica, utilizando-se de uma perfeição detalhista incrível.

O Filme persiste na memória dos grandes amantes do desenho animado e ainda é referência internacional quando se trata de vanguarda, deixando claro que se chegamos ao grande nível técnico de hoje, o nome “Winsor McCay” foi de extrema importância para isso.

BIBLIOGRAFIA:
*http://www.algosobre.com.br/biografias/winsor-mccay.html
*http://www.popbaloes.com/bios/mccay.htm

*Felipe Oliveira Rodrigues, 18 anos, é estudante do Primeiro Periodo do curso de Cinema e Video da UNA.

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