quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Animania


Zeca 2D recebe Kristyna Toupalova, aluna da Escola de Cinema e Tv da Academia
de Arte de Praga, para falar da famosa FAMU.

Uma das cinco escolas de cinema mais antigas do mundo a FAMU foi fundada logo
depois da segunda guerra e segue até hoje sendo referência para quem estuda
cinema e animação.

O programa aproveita para mostrar grandes animações produzidas por alunos da
escola de Praga, como: o singelo “wave of care”, de Alexandra
Etmerová, “Pop”, de Adriana kukala, “In sleep in”, de Dana Bubáková e o
nominado ao Oscar “I´m bigger and better”, de Martin Duda.

O Programa Animania vai ao ar no sábado (28/02/2009) pela TV Brasil.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

MUMIA em Tampere


Apresentamos aqui o passo mais ousado da MUMIA – até agora, uma mostra dedicada a animação brasileira underground no Festival Internacional de Curtas de Tampere na Finlândia. O festival, ao lado de Clermont-Ferrand na França e Oberhausen na Alemanha é tradicional na Europa. Este ano o festival privilegia um pouco mais a animação levando grandes nomes da animação mundial a Tampere.

Os filmes em exibição podem ser visto em:

http://www.tamperefilmfestival.fi/shop2009/product_info.php?cPath=52&products_id=366

http://www.tamperefilmfestival.fi/shop2009/product_info.php?cPath=52&products_id=367

Como se pode ver a desde curtas muito premiados no Brasil ao lado de curtas mais desconhecidos, que circularam em seletos e poucos festivais. Um pouco do espírito do MUMIA que agrega a todos comprovando que a produção brasileira esta numa boa safra.

Bill Plympton terá a premiere de seu novo longa Idiots and Angels durante o Festival. Outro animador que terá uma retrospectiva é o tcheco Pavel Koutský, premiado no Festival de Berlim com o Urso de Prata e no Anima Mundi com seu curta Média de cinco minutos, que pode ser visto no endereço http://www.youtube.com/watch?v=HXkAOOaZ2F0

A República Tcheca é um dos grandes centros da animação mundial, e Pavel Koutsky é um de seus dos principais nomes. Koutsky retoma em "Media" o estilo questionador do cartum do leste-europeu, utilizando uma mistura com animações de objetos reais (jornais, panelas, e até pedaços de carne) para fazer uma metáfora da nossa dominação pela mídia e pela informática.

Ainda haverá uma discussão sobre a Anarquia na animação com a participação de Pavel Koutský, do brasileiro Sávio Leite e do finlandês CHRZU, que ainda não sei se é um coletivo mas que pode ser conferidos seus trabalhos em http://www.anikistit.net/chrzu/
Haverá uma retrospectiva de sueco Victor Bergdahl, nascido em 1878 e cujo filmes apresentados compreendem o período de 1915 a 1922. Um dos filmes de Victor pode ser visto no endereço: http://www.youtube.com/watch?v=6NNUvdZ41eg

A partir de 5 de março a MUMIA direto de Tampere postara mensagens diariamente sobre tudo que acontecerá na cidade Finlandesa, que se transformará no local dedicado a celebração do curta metragem e da animação mundial.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

ANIMANIA


A partir dessa semana a MUMIA e o Programa Animania da TV Brasil celebram uma parceria de divulgação de ambos os trabalhos. Semanalmente informaremos a programação desse que sem duvida é o mais completo programa voltado a arte da animação.

Nesse Animania, Zeca 2D conversa com Paulo Muppet, que já trabalhou com feras
da animação e agora tem sua própria produtora: A Birdo Stúdio.
O Animania exibe grandes trabalhos do Muppet como: "Mobsquaid", personagens
malucos animados, vários comerciais, clips arrojados como "I feel like
rocket" e o curta cheio de clima: "Tyger", de Guilherme Marcondes, onde Paulo
criou os personagens humanos que se transformam em animais.
Na dica animada Paulo fala sobre "Overlap", técnica de animação de sobrepor
pequenas ações, umas às outras, para tornar a animação mais fluída. O Studio Birdo foi a primeira produtora a ter seus trabalhos exibidos no MUMIA ano passado

O programa vai ao no sábado de carnaval (21/02/2009) às 17:00h.

Animania - TV BRASIL

21 2117 - 6604
21 2117 - 6613

sábado, 14 de fevereiro de 2009

"Coraline" leva mundo bizarro de Gaiman para as telas



Quem reclama que as animações atuais estão infestadas de desenhos coloridinhos e personagens fofinhos para agradar às crianças pequenas agora tem o que comemorar. O prêmio atende pelo nome de "Coraline e o Mundo Secreto", que estreia em todo o país em cópias normais em 35 mm (dubladas em português ou legendadas) e em 3D (todas dubladas em português).

Roteirizado e dirigido por Henry Selick ("O Estranho Mundo de Jack"), "Coraline e o Mundo Secreto" é a adaptação de um romance infanto-juvenil de Neil Gaiman, escritor e autor de histórias em quadrinhos ("Sandman"), conhecido por suas histórias de fantasia.

Por isso, não espere um filme engraçadinho. Inicialmente, a censura seria 10 anos, mas a animação acabou sendo liberada para todas as idades. Crianças maiores e os adultos têm muito com o que se divertir - não necessariamente com as mesmas coisas.

A personagem do título é uma menina que se mudou com os pais para uma antiga casa no interior. Ignorada por eles, que escrevem sobre jardinagem, a garota passa o tempo explorando as redondezas e destilando mau humor e sarcasmo. Nem um novo amiguinho a ajuda a superar o tédio. Mas uma boneca entra na vida de Coraline para mudar tudo.

O brinquedo se parece com Coraline, embora tenha botões no lugar dos olhos, e a menina a leva para todo lugar. Mais tarde, quando a protagonista encontra uma misteriosa portinha na sala de sua casa, tudo começa a fazer sentido. Em um primeiro momento, a passagem está bloqueada com tijolos; porém, no meio da noite, aparece aberta e o que a menina vê a surpreende.

Do outro lado, existe um mundo quase igual ao seu, mas mais alegre e feliz. Os pais lhe dão atenção o tempo todo, lhe preparam comidas gostosas e brincam com ela. Seria maravilhoso, não fosse por um detalhe: eles têm botões no lugar dos olhos.

Não há limites precisos entre realidade e fantasia, o onírico e o real. Poderia ser um sonho de Coraline, como a Outra Mãe e o Outro Pai (é assim que eles se intitulam), o Gato falante ou os ratos acrobatas. Mas, ao mesmo tempo, tudo parece bem real. As coisas só pioram quando a Outra Mãe diz que Coraline pode morar com eles, desde que troque seus olhos por botões. A partir daí, o filme fica mais sombrio.

Com influências de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, e de outros autores menos prováveis numa história infanto-juvenil, como os diretores Tim Burton e David Lynch (em cujos filmes, a fronteira entre sonho e realidade nunca é muito clara), "Coraline e o Mundo Secreto" trabalha tanto a narrativa quanto o visual, dialogando com crianças e adultos.

Selick surpreende também com sua técnica de animação, a mesma usada em seu filme mais famoso, "O Estranho Mundo de Jack" (1993), conhecida como stop motion - que consiste em fotografar cada movimento dos bonecos, em vez de desenhá-los em papel ou mesmo com a ajuda do computador. O filme já tem, por natureza, um quê de terceira dimensão, que fica mais evidente nas salas onde há o recurso dos óculos.

Como em suas outras animações - como "James e o Pêssego Gigante", de 1996 - Selnick é talentoso na criação de outros mundos, universos paralelos regidos por suas próprias regras. Aqui, Coraline se surpreende ao encontrar do outro lado réplicas das pessoas que conhece, como as irmãs ex-estrelas e o russo domador de ratos. Todos muito parecidos, não fosse o detalhe dos botões no rosto.

"Coraline e o Mundo Secreto" é tão sedutor quanto assustador. Com uma história complexa, mas não incompreensível para crianças, o filme tem todos os requisitos para se tornar um clássico da animação.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
do UOL Diversão e Arte

Atriz Dakota Fanning, de "Coraline", diz que Jodie Foster é sua inspiração
EDUARDO GRAÇA
Colaboração para o UOL, de Los Angeles (EUA)
Para o escritor Neil Gaiman, "Coraline" é uma história sobre o real significado de ser corajoso nesta vida. Não apenas enfrentar dragões como nas histórias de fada, mas encarar a rotina com a cabeça em pé e descobrir a magia das pequenas maravilhas de nossas realidades.

Aos 14 anos, Dakota Fanning jura que tem uma vida normalíssima, frequenta a escola como uma aluna qualquer em Hollywood e suas particularidades passam longe dos tópicos mais abordados por suas amigas mais próximas.

A atriz anos pulou da cadeira em 2004 quando soube que seu livro favorito se transformaria em filme. "Quando me encontrei com Dakota pela primeira vez ela tinha 9 anos. E foi engraçado, pois já era forte e decidida, ela sabia exatamente por que queria o papel de Coraline, mas ao mesmo tempo ainda dava aqueles risinhos tímidos, característicos de uma menina da sua idade. O tempo passou, mas soube, naquele momento, que ela era a Coraline do cinema", diz o diretor do filme, Henry Selik.

"O livro já foi feito; no cinema tem que ser outra coisa", diz Neil Gaiman

"Dakota é sensacional, e, claro, apresenta sua própria versão de Coraline. O livro é um best-seller e sei que existem centenas, milhares de Coraline na cabeça dos leitores e fãs", diz Gaiman.

Nesta entrevista ao UOL, a jovem atriz fala da relação com a crítica (pouco simpática à sua interpretação em "A Vida Secreta das Abelhas", seu principal lançamento em 2008) e de seus novos projetos, como a participação na seqüência de "Crepúsculo", o maior hit adolescente do ano.

UOL: Inicialmente, "Coraline" seria um longa de ação, não uma animação. Como você encarou a mudança do formato?
Dakota: Pensei imediatamente que minha interpretação viria unicamente de minha voz, o que é bem diferente, mas um desafio gostoso. Também é diferente estar lá sozinho, sem interação com os outros personagens. Mal vi a Terri Hatcher. Éramos eu e Selick apenas. Parece mentira, mas a primeira sessão de dublagem aconteceu há três anos e meio!

UOL: Coraline acredita não receber atenção suficiente dos pais. Você já viveu este terrível dilema?
Dakota: Minha mãe nunca trabalhou fora. Sou a filha mais velha e ela estava lá o tempo todo. Sou sortuda. Eu e minha irmã éramos o emprego dela! Nos mudamos para Los Angeles quando tinha seis anos, por conta de Hollywood, e adoro aqui. Tenho saudades do sul, onde cresci, mas boa parte da família está lá e os visito com frequência.

UOL: Existe uma idéia de que atrizes-mirins não vivem uma vida normal...
Dakota: Nenhuma das complicações clássicas aconteceram comigo. Gente, eu vou à escola! Amanhã cedo acordo e vou para o colégio. Quando não estou trabalhando, estou fazendo coisas normais (risos), como estudando. Meus amigos apenas vêem a Dakota, a colega deles, e é ótimo, não tem nada de especial. Nenhum de meus amigos íntimos está em Hollywood, todos têm outros interesses. Sou quem eu sou e pronto.

UOL: Você pensa em uma carreira diferente?
Dakota: Não, faço o que sempre quis e o que mais gosto na vida. Quero ir à universidade. Ainda tenho alguns anos para decidir que carreira, mas não sei bem qual ainda. E sei que quero muito me preparar para me tornar uma diretora.

UOL: E você já usou sua habilidade como atriz na vida real para conseguir algo que queria?
Dakota: (rindo muito) Não, nunca! Juro! Meus amigos às vezes mexem comigo e dizem, "vai, chora agora e você consegue o que quer" (risos). E eu disse: não, isso é uma tolice! (risos).

UOL: Você vota no Oscar?
Dakota: Sim. Ainda não votei, mas provavelmente votarei em Sean Penn para melhor ator [a atriz trabalhou com Penn em "Uma Lição de Amor", um de seus trabalhos mais emblemáticos].

UOL: Você tem algum ícone entre as grandes estrelas de Hollywood?
Dakota: Meu modelo de carreira é Jodie Foster. Eu a amo profundamente. É minha maior inspiração quando penso em meu trabalho. Queria ser como ela.

UOL: A Vida Secreta das Abelhas recebeu críticas duras aqui nos EUA. Você sendo uma atriz tão jovem já pensa nos comentários sobre o seu trabalho como importantes para o seu amadurecimento na profissão?
Dakota: Não leio críticas. Tenho orgulho do que fiz. E conheço mais pessoas que amam "A Vida Secreta das Abelhas" do que as que desgostam. Mas não é algo importante para mim, não. Estou feliz com a liberdade de opinião.

UOL: É verdade que você vai ser uma das protagonistas da continuação do filme "Crepúsculo"?
Dakota: Está quase certo. Ainda é muito cedo para dizer que é 100% de certeza, mas as coisas estão bem encaminhadas. Sou uma grande fã da série, vai ser muito legal, muito legal mesmo.

UOL: Existe alguma coisa que você gostaria de mudar em você?
Dakota: Sou uma atleta medíocre. Adoraria poder ser mais talentosa quando se trata de esportes. Sou uma negação total! (risos). Meu pai ficaria tão feliz! Minha irmã é a esportista-padrão, gosta mesmo. Ah, quem me dera ganhar um dia um jogo de basquete! (risos).

UOL: Você está lançando nos EUA um outro filme no mesmo dia em que "Coraline" chega aos cinemas americanos.
Dakota: Sim, "Heróis", um filme de ficção científica em que todos temos poderes especiais. O filme é passado em Hong Kong e foi divertidíssimo filmar lá, uma cidade incrível.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O ANO É DE ANIMAÇÃO



Desenho animado é a área do audiovisual que mais se profissionalizou no País, segundo os especialistas. Veja tudo o que vem por aí

Patrícia Villalba
O mercado brasileiro de animação nunca esteve tão aquecido quanto agora. Coproduções com gigantes dos desenhos animados - como a Austrália e o Canadá -, além de editais específicos para o setor, do Ministério da Cultura e Fundação Padre Anchieta, dão a dica de que este será mesmo o "ano da animação", como está sendo dito no meio. Enquanto Mauricio de Sousa finaliza o longa-metragem em 3D do personagem Horácio, a produtora TV Pingüim se prepara para lançar a série Peixonauta na TV por assinatura, mesmo caso de Escola pra Cachorro, da Mixer. Uma coprodução entre Brasil, Austrália e Espanha, a segunda temporada de Princesas do Mar, do brasileiro Fábio Yabu, já está pronta para estrear.

E, para completar, a TV Rá Tim Bum, canal a cabo da Fundação Padre Anchieta dedicado às crianças, prepara o lançamento de 19 séries, produção mais do que expressiva para a sua pequena fábrica de desenhos na sede da TV Cultura. "Agora entramos numa situação de ou vai ou racha no mercado de animação do Brasil. A animação entrou na pauta", avalia o diretor de projetos especiais do canal, Mauro Garcia. "É a área do audiovisual que mais se profissionalizou no País", completa o gerente de produção do canal, Mário Sérgio Cardoso.

Numa mesma sala nos estúdios da Água Branca, o artista plástico Sérgio Esteves dá vida ao narrador de Papel das Histórias, ao mesmo tempo que o animador Cleber Marchetti sincroniza a dublagem (lip sync) que o padeiro e apresentador Olivier Anquier fez para a traça francesa que tenta devorar um Portinari em Traçando Arte. São duas novas séries que dão a dimensão do sortimento de ideias e pesquisa de formato que a TV Rá Tim Bum abriga hoje, quando chega ao quarto ano de vida. "Depois de toda a digitalização, estamos buscando formas mais artesanais de construção para os desenhos", anota Garcia.

Ele fala especificamente de Papel das Histórias, um deslumbramento de imagens que vai contar fábulas de La Fontaine em 13 episódios, de 7 minutos cada um. Os personagens e os cenários foram feitos de papel cartão, fotografados, e animados no computador por Esteves, que domina todo o processo. "A ideia surgiu quando eu fui dar uma oficina de bonecos na periferia, e faltou espuma. Para não perder a aula, resolvi usar um material mais barato", lembra ele, que se diverte ao constatar que para produzir os dois primeiros episódios da série gastou R$ 100 em papel.

O esquema de trabalho de Esteves e do pessoal da TV Rá Tim Bum pode ser chamado de heroico se comparado aos grandes estúdios americanos, por exemplo. Para se ter uma ideia, 500 pessoas chegam a trabalhar ao mesmo tempo num desenho como Wall.E. O avanço da computação gráfica tornou o processo muito mais rápido e melhorou a qualidade do que se vê na tela, mas o trabalho continua sendo braçal, basicamente - daí, o fato de que muitos estúdios estão buscando mão-de-obra em países como Índia e China. Outro dado é que mesmo o computador mais potente leva mais de 80 horas para processar uma cena de animação de apenas 3 segundos em 3D. "Tenho sorte de poder trabalhar assim, do story board à finalização", observa Esteves, satisfeito por ver que da sua experimentação surgiu um novo formato - perfeito para o tipo de história que o canal queria contar.

Com uma grade de programação que, por opção, é 100% brasileira, a TV Rá Tim Bum precisa produzir em quantidade, porque o mercado não consegue atender à sua demanda. Mas as expectativas são grandes. "Quando começamos, não recebíamos nenhum projeto. Agora, isso já mudou, trabalhamos com algumas produtoras independentes", diz Garcia. "Ainda não podemos falar que temos uma indústria de animação no Brasil, mas vamos chegar lá, sim."



EDITAL DO MINC RECEBEU MAIS DE 200 INSCRIÇÕES

LENHA NA FOGUEIRA: O sucesso do edital Anima TV surpreendeu as mais otimistas expectativas do Ministério da Cultura. Lançado no fim do ano passado, o programa recebeu 257 projetos na primeira fase, que encerrou inscrições no dia 21 de janeiro. Desses, 227 foram considerados aptos para continuar concorrendo. Serão distribuídos R$ 3,9 milhões para a produção dos pilotos - de 11 minutos - dos 20 projetos vencedores.

Cada projeto receberá R$ 110 mil. Esses primeiros episódios serão testados em sessões especiais e em exibições na rede pública de televisão - a Fundação Padre Anchieta é, da TV Cultura e TV Ra Tim Bum, parceira do edital. Ao fim de todo o processo de seleção, depois de testados, dois programas serão escolhidos para ter uma primeira temporada produzida, de 12 episódios.

São Paulo foi o Estado que mais teve projetos inscritos no edital - 107. O Rio veio em segundo lugar, com 37, seguido da Bahia, que apresentou 25. Piauí, Mato Grosso e Paraíba competem com 1 projeto cada um. No total, 17 Estados enviaram projetos, e estão representados nesta primeira fase do edital.

Mas o maior volume de investimentos no setor - R$ 50 milhões - deve vir do Anima SP, uma parceria entre a Fundação Padre Anchieta e a Ancine, que vai usar recursos dos Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional (Funcine). Lançado em janeiro, o edital está em fase de captação de recursos. Só depois, começará a receber inscrições. A expectativa é que os recursos comecem a ser distribuídos ainda neste ano. As séries produzidas terão exibição garantida na TV Cultura.

PRINCESAS VÃO AOS SETE MARES
FÁBIO YABU FINALIZA 2ª TEMPORADA DE SÉRIE VISTA EM 47 PAÍSES
AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - Acostumado a dominar o processo de criação de suas histórias, o escritor e desenhista Fábio Yabu não deixa de se espantar quando contabiliza os 300 que trabalham hoje na segunda temporada da série Princesas do Mar. É uma ideia brasileira, mas de tema universal, para ser levada a crianças de 47 países, graças a uma parceria da empresa de Yabu, a Flamma, com as produtoras Southern Star, da Austrália, e Neptuno, da Espanha. ?No começo, com os livros, foi um trabalho bem independente?, lembra.



Yabu conta que desde que criou o Mundo de Salácia - o universo marinho onde vivem as amigas Polvina, Ester e Tubarina -, em 2004, pensava em fazer desenho animado. ?Tentei inscrever o projeto em vários editais, procurei canais de TV, mas naquela época era bem mais difícil fazer animação no País?, observa. O jeito foi partir para os livros. O primeiro, Princesas do Mar, foi lançado em 2004. Depois, vieram outros dois títulos. ?Em 2005, meu sócio (Reynaldo Marchezini) levou o projeto para uma feira de televisão na França. Fez 30 apresentações e voltou com três propostas.



A primeira temporada de Princesas do Mar foi lançada no ano passado. No Brasil e América Latina, a série foi exibida pelo canal pago Discovery Kids, conhecido pelas produções de qualidade. Foram investidos US$ 7 milhões, mesmo valor que será gasto na nova temporada, que estreia na Austrália no primeiro semestre - são 52 episódios. ?A estreia no Brasil ainda está sendo negociada?, informa Yabu, que ainda tenta levar a primeira temporada das princesas para a TV aberta. ?Tentamos a Globo, mas não deu certo. Continuamos conversando com a Record e a TV Cultura.?



Enquanto isso, Yabu desdobra a marca em licenciamentos - palavra mágica que acompanha os desenhos animados bem-sucedidos. ?O DVD da primeira temporada sai aqui ainda neste mês, e já está nas lojas da França, do México e da Argentina, onde ainda temos produtos para festas de aniversário. Aqui, preparamos também o lançamento de um álbum de figurinhas e uma linha de roupas?, enumera.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Festival do Juri Popular 2009


Começa amanhã em Belo Horizonte o Festival do Juri popular com exibição sempre as 21 horas de curtas brasileiros contemporaneos. O Festival do Júri Popular acontece em diversas cidades espalhadas por território brasileiro!Ao fim de cada uma das sessões, serão recolhidas as cédulas de votação onde o público expressará sua opinião sobre cada uma das categorias de cada um dos filmes.


A programação é gratuita.

Programação Cine Humberto Mauro

9 SEG
21h Festival do Júri Popular – Mostra Competitiva 1

10 TER
21h Festival do Júri Popular – Mostra Competitiva 2

11 QUA
21h Festival do Júri Popular – Mostra Competitiva 3

12 QUI
21h Festival do Júri Popular – Mostra Competitiva 4

13 SEX
21h Festival do Júri Popular – Mostra Competitiva 5

15 DOM
20h Festival do Júri Popular – Mostra Competitiva 6

ENTRADA FRANCA COM RETIRADA DE INGRESSOS MEIA HORA ANTES DA SESSÃO.

FILMES

Competitiva 1 - 12 anos - 73'
Blackout, de Daniel Rezende, 10', SP, fic
Minha Tia, Meu Primo, de Douglas Soares, 9', RJ, doc
Olhe Para Nós, de Felipe Barros e Luise Weiss, 2', SP, exp
Cidade do Tesouro, de Célio Franceschet, 17', SP, fic
O Guardador, de Diego Benevides, 8', PB, doc
Terra, de Sávio Leite, 5', MG, anim
Loucos de Futebol, de Halder Gomes, 22', CE, doc

Competitiva 2 - 14 anos - 96'
Minami em Close-up - A Boca em Revista, de Thiago Mendonça, 20', SP, doc
Beijo Francès, de Paulo F. Camacho, 10', RJ, fic
No Tempo de Miltinho, de André Weller, 18', RJ, doc
Noite de Serão, de Fernando Secco, 15', RJ, fic
A Armada – O Outro Lado do Descobrimento, de Ric Oliveira, 14', SP, anim
A Mulher Biônica, de Armando Praça, 19', CE, fic

Competitiva 3 - Livre - 96'
Cães, de Adler "Kibe" Paz e Moacyr Gramacho, 16', BA, fic
X Coração, de Lisandro Santos, 12', RS, amim
Nem Marcha Nem Chouta, de Helvécio Marins Jr., 7', MG, exp
Tira os Óculos e Recolhe o Homem, de André Sampaio, 20', RJ, fic
Eu e Crocodilos, de Marcela Arantes, 17', SP, fic
Coda, de Marcos Camargo, 9', SP, exp
Pretinho Babylon, de Cavi Borges e Emílio Domingos, 17', RJ, fic

Competitiva 4 - 12 anos - 94'
A Cidade Cargueiro, de Aline Frey, 14', BA, fic
Casa de Máquinas, de Daniel Herthel e Maria Leite, 5', MG, anim
O Vampiro do Meio-Dia, de Anita Rocha da Silveira, 19', RJ, fic
Clinch, de Estevan Santos, 12', SP, fic
Retratos da Vó Ana, de Patrícia Francisco, 5', SP, exp
Landau 66, de Fernando Sanches, 11', SP, fic
Um Dia Bom Para Nadar, de Jose Eduardo Limongi, 3', RJ, fic
Tarabatara, de Júlia Zakia, 23', SP, doc

Competitiva 5 - 12 anos - 92'
Poliedro, de Felipe Moraes, 20', SC, fic
A Espera, de Fernanda Teixeira, 15', RJ, fic
Café com Leite, de Daniel Ribeiro, 18', SP, fic
Passo, de Alê Abreu, 4', SP, anim
A Garrafa do Diabo, de Fernando Coimbra, 15', SP, fic
O Guarani, de Cláudio Marques e Marília Hughes, 20', BA, doc

Competitiva 6 - 12 anos - 99'
Hiato:, de Vladimir Seixas, 20', RJ, doc
Saltos, de Gregório Graziosi, 8', SP, exp
Os Sapatos de Aristeu, de Renè Guerra, 17', SP, fic
Voltage, de William Paiva e Filippe Lyra, 4', PE, anim
Muito Além do Chuveiro, de Poliana Paiva, 17', RJ, doc
Bibliofagia, de Renato Cunha, 14', DF, fic
Que Cavação É Essa?, de Estevão Garcia e Luís Rocha Melo, 19', RJ, fic

Hors-Concours - 16 anos - 91'
Dossiê Rê Bordosa, de César Cabral, 15', SP, anim
Câmara Viajante, de Joe Pimentel, 20', CE, doc
Romance .38, de Vinícius Casimiro e Vitor Brandt, 15', SP, fic
Engano, de Cavi Borges, 11', RJ, fic
Dreznica, de Anna Azevedo, 14', RJ, doc
Os Filmes que Não Fiz, de Gilberto Scarpa, 16', MG, fic

Maiores informações
http://www.palaciodasartes.com.br/agenda/detalhes.aspx?IdAgenda=882
http://www.festivaldojuripopular.com.br/2009/index.html

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

31e Festival International du Court Métrage de Clermont Ferrand



Materia saida no jornal le quotidien No 5 de 04 de fevereiro de 2009


Terra de Savio Leite (Brésil – L-2)
Tropical surréalisme
Surrealismo tropical

Terra est une oeuvre étrange, suite de croquis furieux, s’interrogeant sur
le sens de la vie au fil d’un texte envoûtant.

Terra é uma obra estranha, com uma seqüência de desenhos furiosos, se interrogando sobre o sentido da vida ao fio de um texto envolvente.

Entretien avec…
Savio Leite : Terra fait partie d’une série d’animation où je revisite plusieurs
dieux de la mythologie. J’ai déjà tourné Pluton, Mercure et Mars. Terra prend
comme sujet les comportements individuels. Le texte est lu en rythme
continu, sans pause, sur des séquences dessinées au crayon. J’ai voulu
donner la sensation que l’on feuillette un carnet de croquis.

"Terra" faz parte de uma serie onde revisito vários deuses da mitologia ( já tenho Plutão, Mercúrio e Marte em animação) e curiosamente as pessoas confundem com os planetas,que eu acho ótimo por permite ainda mais interpretações.Terra faz considerações sobre comportamentos e atitudes individuais, bastante pertinentes, em um ritmo continuo, sem pausas, "coreografados" por seqüências de desenhos a lápis de forma a criar uma sensação de um caderno de desenhos sobre desenhos como um processo que se pretende eterno.

Le texte est très beau, avec son humour noir et absurde.
Il s’agit d’un texte original écrit par Sérgio Fantini, un écrivain de Belo
Horizonte, ma ville natale. Nous l’avons conçu dans un esprit surréaliste,
pour qu’il soit propice à faire naître des images.

O texto é muito bonito, com seu humor negro e absurso. O texto original é de um escritor da minha cidade, Belo Horizonte, chamado Sérgio Fantini. A escritura do roteiro foi feito em conjunto com ele. Tínhamos um espírito bastante surreal durante a escritura, imaginando o que poderia ser mostrado na imagem que não continha no texto.

Certains dessins évoquent Basquiat, était-ce une de vos références ?
Comme les graffitis sont la grande référence visuelle du film, je ne suis
pas surpris par votre allusion à Basquiat. Je considère les graffitis comme
un art d’une grande diversité. L’autre grande influence provient d’un film
produit à Belo Horizonte en 1971, l’année de ma naissance : Bang Bang
de Andréa Tonacci, un chef d’oeuvre du cinéma marginal. Le texte de Terra
est lu par Paulo César Pereio, une icone du cinéma indépendant brésilien,
et par Ezequias Marques, un célèbre acteur de Belo Horizonte.

A grande influencia dos desenhos são os grafite de rua, por isso não me espanta você ter citado Basquiat. Creio que o grafite possui uma extraordinária diversidade artística. Outra grande influencia foi o longa metragem produzido em Belo Horizonte, em 1971, ano em que nasci chamado "Bang Bang", de Andréa Tonacci, antológica obra do cinema marginal brasileiro. O Texto de Terra foi narrado por Paulo César Pereio, famoso ator brasileiro, ícone do cinema marginal no Brasil e Ezequais Marques, veterano ator de Belo Horizonte.


Propos recueillis par Stéphane du Mesnildot

Maiores informações: http://www.clermont-filmfest.com/01_festival/12_quotidien/img_commun/mercredi4.pdf

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Alba e Francisco Liberato em Belo Horizonte


Uma presença histórica para o cinema de animação aconteceu ontem em Belo Horizonte com a exibição no Cine Humberto Mauro do curta Um Outro e do longa O Boi Aruá dentro do Verão Arte Contemporânea, evento que esta em sua terceira edição e engloba teatro, musica, cinema, artistas plásticas, dança, moda que movimenta a capital mineira de janeiro a fevereiro realizado pelo importante Grupo Oficcina Multimédia. O baiano Chico Liberato e sua esposa Alba Liberato estiveram aqui para apresentar esse filme que é emblemático para o cinema de animação brasileiro, considerado o primeiro longa em animação do nordeste brasileiro. Eles são pais da conhecida atriz Ingra Liberato.

Chico Liberato esta em voltas para a realização de um novo longa Ritos de Passagem, premiado em um concurso no Estado da Bahia.

A mulher de Chico, Alba Liberato, também artista plástica, está a mais 40 anos ao seu lado, ajudando em suas produções, na luta pela arte e preservação da natureza. “É difícil ficar com alguém por tanto tempo, mas, a Alba é uma mulher pra vida toda”, declara Chico Liberato. Eles se conheceram no Rio de Janeiro, voltaram à Salvador, se casaram, tiveram cinco filhos e hoje mantém uma vida de cumplicidade, companheirismo e amor.

Ainda na adolescência, Liberato foi morar em uma comunidade indígena no sul da Bahia. Após cinco anos, agregando conhecimento e valores culturais a sua vida e arte, ele retorna com bagagem suficiente para dar continuidade a sua empreitada. Inspirado na cultura popular, ele evidencia em seu trabalho símbolos de caráter folclórico, utilizando materiais naturais como madeira, folhas e sementes de açaí.

O sertão, o sertanejo, a arte popular regional e as figuras místicas presentes no candomblé, são temas sempre presentes em suas produções, identificando e caracterizando seu trabalho. Chico foi o pioneiro do desenho animado na Bahia, ajudando o progresso dessa arte no estado e abrindo caminho para novos artistas. Hoje, com uma longa e produtiva carreira, conta com os filhos, a esposa e uma equipe bem preparada para ajudá-lo na produção e criação dos desenhos.

Chico se lançou no mundo cinematográfico em 1983 com o longa “Boi Aruá”, inspirado na literatura de Cordel. O desenho tem traços fortes e cores inimagináveis, retratando a vida do interior nordestino, mostrando a cultura das comunidades da caatinga. Esse filme de animação foi premiado pela UNESCO e participou da I Jornada Internacional de Cinema, se tornando um marco para o desenho animado no estado.

Já suas esculturas e pinturas vão nascendo entre telas, tintas e madeiras, polidas e desenhadas por ele. Assim, seu fruto traça seu próprio caminho, numa forma singular de encontro entre o particular e o universal. Aprofundando nos significados genéricos da linguagem popular, ele demonstra a natureza, religião e etnia do nosso povo.

Nas décadas de 60 e 70, atua ligado às vanguardas em exposições no MAM-Rio e nas coletivas Opinião 65 e Opinião 66, identificando-se com os movimentos Pop Art e Tropicalismo, que marcam, nas artes plásticas, a ruptura com as tendências vigentes na época. Toda essa sua experiência é então, canalizada para direção do MAM - Bahia, que dirige de 79 até 91.

Solidificando sua posição como artista sempre à frente do seu tempo, utiliza-se de diferentes linguagens para criar uma arte forte e sensível. Atua inclusive no cinema, sendo o pioneiro do desenho animado na Bahia, tendo participado da I jornada Internacional de Cinema, apresentando seus filmes de animação e integrando a equipe de realização do evento.

Ao realizar o importante filme longa metragem "Boi Aruá", retoma em seu trabalho a temática da arte popular regional, viajando pelas principais fontes culturais das comunidades da caatinga do sertão baiano e penetrando nos significados universais da linguagem popular, cujas referencias identificam e caracterizam seu trabalho como artista.

Filmografia de Chico Liberato
Ementário, Antistrof (1972)
O que os Olhos Vêem (1973)
Caipora (1974)
Muçagambira (1982)
Boi Aruá (1983)
Um outro (2008)