sexta-feira, 25 de junho de 2010

O BARBEIRO DE SEVILHA


Com longos e sonoros aplausos estreou nacionalmente em Belo Horizonte a Opera: O Barbeiro de Sevilha de Gioacchino Rossini, com direção artística e regência de John Neschling. O grande teatro do Palácio das Artes estava lotado e contou com a presença do ministro da cultura Juca Ferreira, que fez questão de vir a Belo Horizonte na estréia. A frente da Cia. Brasileira de Ópera, John Neschling aposta num projeto inédito na historia da arte lírica no Brasil. Depois de sair da Osesp há exatamente dezessete meses, o brilhante maestro criou um quadro estável de cantores, maestros e técnicos para compor a primeira formação lírica permanente em atividade no pais.

A Cia. Brasileira de opera encena O Barbeiro de Sevilha a partir de uma proposta inovadora, com elementos visuais e tecnológicos que nunca foram utilizados no meio operístico. Apresentada em forma de animação, com cenários e personagens desenhados, o espetáculo com orquestra e cantores em carne e osso interage com personagens animados. A animação ficou a cargo do americano Joshua Held. A integração entre cantores, maestro e orquestra com elementos desenhados produz efeitos cênicos de grande comicidade e teatralidade, inalcançáveis em encenações convencionais. Mesmo com a duração de três horas o publico mineiro foi a loucura com um espetáculo imagético e musical de altíssima qualidade.

Depois de Belo Horizonte a Ópera segue para outras 14 cidades no Brasil (Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Manaus, Belém, João Pessoa, Brasília, Aracaju, Salvador, Recife, Santos, São Paulo, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro.

O Barbeiro de Sevilha de John Neschling tem tudo para ser um marco na história das artes do Brasil e ser eleito como um dos melhores espetáculos de 2010.

Para conhecer o trabalho do animador americano Joshua Held veja :http://www.joshuaheld.com/

quarta-feira, 23 de junho de 2010

PEIXONAUTA



Primeira série de animação brasileira na TV, "Peixonauta" conquista mercado

Matéria de autoria de LAURA MATTOS, publicado no jornal Folha de São Paulo de 18 de abril de 2010.

Parecia missão impossível, mas um peixe brasileiro invadiu as águas de Bob Esponja. O novo herói das crianças é Peixonauta, agente secreto da Ostra (Organização Secreta para Total Recuperação Ambiental).

Ele parece um astronauta por usar um escafandro cheio d'água para se manter vivo fora do mar ou do lago. Além de nadar em água doce ou salgada e de voar, conseguiu sobreviver em um mercado dominado por "predadores", desenhos de países como os EUA e o Canadá. Tradicionais produtores de animação, acabam sendo mais sedutores e baratos para a TV brasileira.

Exibido no Brasil e na América Latina pelo Discovery Kids, "Peixonauta" é a primeira série de animação brasileira na TV. "Peixonauta" é o programa mais visto por crianças na TV paga em seu horário principal de exibição (das 19h30 às 20h). Dobrou o ibope do Discovery Kids nessa faixa e é sintonizado por 41% a mais de espectadores do que a média da programação, recheada por fenômenos internacionais como "Backyardigans" e "Lazy Town".

Crianças cantam as músicas do desenho, de Paulo Tatit, e imitam as coreografias com palmas que os personagens fazem para abrir a POP, pérola colorida enviada pela agência Ostra com pistas dos mistérios a serem desvendados pelo peixe, todos relacionados à preservação ambiental. O Discovery assinou pré-contrato para comprar uma segunda temporada, com mais 52 episódios.

Luciano Huck, pai de dois meninos (5 e 2 anos), assinou parceria com a PinGuim para lançar a versão teatral do desenho em setembro, em São Paulo, e depois no Rio. Ele acaba de produzir com sucesso a peça do desenho inglês "Charlie & Lola", fenômeno infantil. No palco, "Peixonauta" e seus amigos deverão ser representados por bonecos da Pia Fraus, conceituada companhia teatral.

Em 2011, o peixe invade outra praia inexplorada no país. Ganha um filme para ser visto com óculos 3D. Com mescla de técnicas inédita no Brasil, o desenho, bidimensional na TV, manterá os personagens nesse formato no cinema, mas com cenários em três dimensões.

Desenho é exportado e vira brinquedo

Já exibido em países árabes, \"Peixonauta\" gera interesse nos EUA e no Canadá e inicia a venda de produtos licenciados

Educativa e ecologicamente correta, série foi pensada para carreira internacional; DVD da primeira temporada já vendeu 20 mil unidades

Kiko Mistrorigo, criador e produtor de \"Peixonauta\", transportou o peixe-herói para Cannes (França), onde se realizou a MipTV, principal feira de programas de televisão do mundo.
Ele pendurou o banner do \"Fishtronaut\" no estande da ABPI-TV (Associação Brasileira dos Produtores Independentes de TV) e saiu do evento com negociações adiantadas com canais dos EUA e do Canadá, os maiores exportadores de animação. No Brasil, Ricardo Rozzino, produtor-executivo da série, confirmou à Folha conversas com duas emissoras abertas interessadas no desenho.

\"Peixonauta\", além da veiculação no Brasil e na América Latina pelo Discovery Kids, está no ar em um canal aberto da Venezuela, em inglês para 23 países árabes, em um canal fechado da Turquia e em árabe para toda a rede Al Jazira.

O projeto, conta a produtora e criadora Célia Catunda, deu os primeiros passos em 2004, já mirando a carreira internacional. \"é a única forma de viabilizar financeiramente uma série de animação\", diz.

O peixe é temperado com todos os ingredientes que agradam compradores estrangeiros: é educativo, política e ecologicamente correto. Em todos os episódios, o agente secreto peixonauta precisa desvendar um caso, sempre algo que está prejudicando a natureza.

Enquanto canais e anunciantes se interessam pelo marketing da ecologia, as crianças, em qualquer parte do mundo, se ligam no mistério e na aventura que envolvem os roteiros. Conselhos de uma produtora canadense acostumada à comercialização internacional de animação ajudaram os criadores no início do projeto. \"Aprendemos a ter uma visão universal e a evitar elementos muito regionais\", explica Célia.

A série, em princípio, tinha como personagem central, além do peixe, apenas a garota Marina, mas aí veio outra dica de ouro. \"Criamos o macaco Zico. Além de dar fôlego para mais histórias, teríamos um personagem para licenciamento de produtos para meninos, já que a Marina seria mais para meninas\", conta Célia.

Os primeiros brinquedos do \"Peixonauta\" foram lançados na semana passada e chegarão às lojas neste semestre. Os DVDs da primeira temporada venderam 20 mil unidades até dezembro, e a série também terá livros, da Melhoramentos.

Incentivo à produção
A Discovery proíbe parceiros de divulgar investimentos, mas é dado público que a Ancine (Agência Nacional de Cinema) liberou a captação de R$ 3,3 milhões por meio de leis que dão incentivo fiscal a quem investe em produção nacional. Desse montante, a Folha apurou que o próprio canal investiu a menor parte, R$ 568 mil, e o restante veio de uma empresa alimentícia e do BNDES, que liberou também um financiamento (ainda não pago pela produtora) de mais R$ 1 milhão. (LAURA MATTOS)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Animania nº178 "Animando Elefantes, Cavalos e Casamentos

Zeca investiga os paquidermes e vê os apuros de uma candidata a Miss, no filme "Como Comer um Elefante", de Jansen Raviera. Os cavalos invadem o campo e correm soltos na animação "O Músico e o Cavalo", de Telmo Carvalho.

O animador Tadao Miaqui, de Curitiba, aparece no estúdio pra falar de suas animações e mostrar seu filme “Em 1972”.

O Programa vai ao ar no dia 28/06/10 com reprise em 01/07/10 pela TV Brasil

terça-feira, 15 de junho de 2010

ANIMANIA -177 - FUTEBOL É ANIMAÇÃO!



Em tempos de Copa do Mundo o Animania mostra que o futebol é pura animação. No primeiro tempo, o técnico Zeca 2D escala o filme Primeiro João, de André Castelão que mostra os primeiros jogos, ainda na várzea, do craque Garrincha.

No Catavento, Cora Ronai e Marco Altberg falam de animação para celular e sobre o Festival Celucine, que faz concurso com o tema: “Esse mundo é uma bola!”.

Aos quarenta e cinco do segundo tempo, Zeca recebe para um papo, o animador Clementino Junior que mostra seu filme Seqüestro de Belline, uma sátira animada de um fato real: o roubo da estátua de Belline no Maracanã.

O programa vai ao ar no dia 21 de junho pela TV Brasil.

domingo, 13 de junho de 2010

Entre Nós - Erick Grigorovski



O projeto consiste em um curta de animação de 15 minutos, cuja campanha de divulgação se destaca e diferencia pela participação da personagem principal, Luisa, nas redes sociais (blog, Facebook, Twitter e Orkut), buscando expandir a experiência dos expectadores e gerando profundo engajamento do público-alvo antes do grande lançamento.

O curta de animação narra o drama vivido pela adolescente Luisa, durante uma viagem em que seu pai e parceiro de escalada, Aurélio, sofre um sério acidente, enquanto os dois escalavam uma grande montanha na serra. O experiente escalador cai por centenas de metros, sumindo no meio da vegetação e da neblina. Longe de auxílio, sozinha e enfrentando uma tempestade gelada, a menina precisará reunir todas as suas forças para escapar com segurança. A narrativa desenvolve ainda a delicada relação de um pai austero e de uma menina cheia de vida, trazendo uma mensagem de conscientização, resistência, determinação e amor, que vai agradar pais, filhos e amantes dos esportes de natureza. O filme busca narrar a história de forma universal, com as imagens e a música, eliminando os diálogos e as barreiras da língua.

Trailer do filme:
http://www.grigorovski.com/betweenpt.html

Luisa nas Redes Sociais
O blog tem por objetivo apresentar e acrescentar profundidade aos personagens do filme, gerando engajamento do público-alvo com a personagem. Luisa narrará seu dia-a-dia dentro e fora da escalada. Seguindo uma cronologia reversa, o blog mostrará e desenvolverá desde Março tudo o que aconteceu antes da viagem narrada no filme que só ocorrerá em Outubro,no grande lançamento na Mostra Internacional de Filmes de Montanha – Banff. Com aproximadamente três postagens semanais, sempre ilustradas, Luisa apresentará informações sobre montanhismo, escalada e ecologia, e também narrará acontecimentos de sua vida e de mais oito amigos; Namoros, fofocas, comportamento, influência dos pais e outros assuntos inerentes à vida dos adolescentes.
http://luisaentrenos.blogspot.com

Além da história narrada no blog, a menina interage com o público através do Facebook, Twitter e Orkut. A interatividade gera laços como proximidade, reciprocidade e afeto. Luisa, apresenta-se como uma menina naturalmente meiga, atenciosa, sapeca e antenada, e suas postagens são sobre cotidiano, comportamento, preferências, referências e muita curtição.
Siga a Luisa: TwitterFacebookOrkut.


Filme anterior: Uruca


O curta Uruca foi desenvolvido em 10 meses, com uma equipe de quatro pessoas, com o objetivo de divertir a platéia do cinema Odeon durante a 8ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha no Rio de Janeiro. Esse objetivo foi alcançado e superado com a conquista de dois prêmios no festival, incluindo o de Melhor Filme em 2008. Até o início de 2010, a aventura de Hugo e Felipe já foi exibida em mais de 35 festivais em 17 países, foi premiado oito vezes (cinco internacionais), recebeu 24 indicações a prêmios, além de ser a primeira produção nacional selecionada para a Banff World Tour, o que pode significar exibições em todo o planeta chegando a 577 mostras, durante 2010. Essa trajetória nos encorajou a tentar um projeto mais ambicioso, maior e mais complexo. Esse novo filme também retrata o mundo do montanhista, mas de uma forma bem diferente da anterior.
http://www.grigorovski.com/uruca.html


Sobre o Diretor


Erick Grigorovski, carioca, formado em Desenho Industrial pela Esdi (Escola Superior de Desenho Industrial), já trabalhou com impressão, ilustração, videografismo e possui mais de 10 anos de experiência em animação. Atualmente, trabalha com projetos gráficos para programas de TV e documentários na produtora da prefeitura carioca, a Multirio.
Nas horas vagas dedica-se a criação e produção de curtas de animação, já escreveu e dirigiu três curtas de animação, que foram exibidos e premiados em inúmeros festivais, como o AnimaMundi, Sheffield Adventure Film Festival, New Zealand Mountain Film Festival, Vancouver International Film Festival, Autrans Mountain Film Festival, Torello Mountain Film Festival e Banff Mountain Film Festival.

sábado, 12 de junho de 2010

Obra de Harun Farocki, que está na próxima Bienal, usa animações feitas pelo Exército para treinar soldados

Artista mostra videogame da guerra
SILAS MARTÍ de São Paulo










Cena da obra de Harun Farocki 
que usa animações para treinar 
soldados do Exército dos EUA


Alemão visitou bases militares nos EUA para mostrar como desenhos preparam homens para antes e depois da guera.

Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, caderno Ilustrada, terça-feira, 8 de junho de 2010.

Não é pura a guerra. Harun Farocki entende isso e opera no abismo entre estratégia militar e a realidade áspera do sangue derramado.

Nas últimas quatro décadas, esse alemão disseca imagens de conflitos pelo mundo, da queda da ditadura romena à atual guerra no Iraque. Em quase cem filmes e vídeos, buscou construir uma espécie de anatomia da memória bélica.

"Jogos Sérios", a obra que traz para a próxima Bienal de São Paulo, em setembro, mostra que essa memória se torna cada vez mais virtual.

Farocki escancara as animações usadas pelo Exército norte-americano no treinamento de soldados antes do embarque rumo ao Iraque.

São as mesmas imagens --Bagdá em chamas e poças de sangue feitas de pixels-- usadas para a terapia dos homens na volta para a casa.

"Mostro esses dois usos da imagem, do preparo para a guerra ao tratamento do trauma", diz Farocki, em entrevista à Folha. "Esse exercício com a imagem digital dá a entender como se constrói a memória da guerra."

Também aponta para uma transição na natureza da imagem no mundo atual.

Em contraponto à película granulada da Guerra do Vietnã e o verde brilhante e macabro da visão noturna da Guerra do Golfo, o teatro iraquiano será lembrado como fabricação edulcorada.


Status da Animação

"Mudou o status da animação", afirma Farocki. "Está mais poderosa do que a reprodução fotográfica, uma tendência nova e estranha."

Na visão de guerra dos bastidores do confronto, a paisagem iraquiana surge achatada, sem relevo. Homens de carne viram fantoches de entranhas eletrônicas, numa anestesia generalizada que transforma os inimigos em alvos abstratos.

"Essas criaturas representam humanos", descreve Farocki. "Mas essa é uma imagem tecnológica, o soldado está no comando do jogo, não importa se leva um tiro ou não, está no comando."

Talvez porque a câmera tenha saído de cena, a vida tenha perdido valor na guerra virtual, longe da carnificina palpável de tempos atrás.

"É muito diferente de reconstruir a história a partir de imagens filmadas", diz Farocki. "É como um videogame, e o Pentágono alimenta a indústria, não esconde isso."

No plano político, esses desenhos animados também desequilibram opiniões.

Enquanto soldados americanos e britânicos aparecem como bonequinhos digitalizados, homens do outro lado do front surgem em toda a crueza de barbas e turbantes nos noticiários da televisão.

"Isso joga sempre as pessoas para um lado do conflito", diz Farocki. "É como ver uma briga de armas de fogo contra um arco e flecha."



Impureza do Real

Na comparação entre possibilidades tecnológicas e realidade, Farocki arquitetou outra obra. Jogou lado a lado imagens da trajetória imaginada de um míssil e fotografias feitas por uma câmera presa ao corpo do projétil.

É o que ele chama de comparação entre "guerra pura" e a "impureza do real". "Estou interessado em imagens operacionais", diz Farocki. "Coisas nada estéticas, que sejam pura comunicação."

E na "estética terrorista" de Farocki, a imagem se torna política quando prazer visual encosta na dor. Não é a vítima do napalm, a garotinha eternizada na fotografia.

No lugar dela, é a imagem do laboratório estéril, onde fazem o veneno, que aparece noutra obra do artista. Seco, desvela a fábrica do horror com a mesma pegada minimalista, clínica com que documentou esse videogame pop da guerra no Iraque.

Essa matéria pode ser lida em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/746992-obra-de-harun-farocki-usa-videogame-do-exercito-para-treinar-soldados.shtml

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Animania nº176 - "Muro e Margarina"


















Zeca e Seth percebem a beleza de um muro animado no filme "Muragens -
Crônicas de um muro", de Andrei Miralha.

A ilustradora e animadora Adriana Meirelles aparece para falar das atribulações de uma cidade grande e mostrar seu filme "Desventuras de um dia ou A vida não é um comercial de margarina".

Seth procura um Super herói que o proteja do trabalho e o acha no filme "Ninguém, o herói do povo", de Augusto Mattos e Adriano Dias. Seth faz Zeca perceber a beleza de uma soneca, só não esperava que o espaço na sua rede de dormir ficasse tão concorrido.

O programa vai ao ar na segunda 14/06/2010 às 19:30 e reprisa na quinta 17/06/2010 às 20:00 na TV Brasil

quarta-feira, 9 de junho de 2010

ANIMAÇÃO EM ALTA















Curtas da UFMG serão exibidos no 18º Anima Mundi

Matéria publicada no dia 01 de junho de 2010, no jornal O Estado de Minas
Gracie Santos - EM Cultura

Imagine o seu projeto final de curso ser mostrado em uma das melhores vitrines da área no mundo. Um sonho, não? É essa a realidade que vivem quatro alunos da habilitação em cinema de animação do curso de belas-artes da UFMG, que, ano passado, deu lugar ao curso de cinema de animação e artes digitais. Cortejo, de Marília Doria Poggiali; Quindins, de David Mussel da Silva e Giuliana Danza; e Improvisação sobre um tema secreto, de Juliana Rabello Machado, integram mostras paralelas da 18ª edição do Anima Mundi, de 16 a 25 de julho, no Rio, e de 28 de julho a 1º de agosto, em São Paulo. E outros dois curtas do projeto Universidade das Crianças, De onde vem a nossa voz? e O que o nosso corpo faz para que a gente cresça e se modifique?, estão entre as 12 obras nacionais e 28 internacionais da mostra competitiva infantil do mesmo festival. Mais: esses dois trabalhos estarão na competitiva da 9ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, de 19 deste mês a 4 de julho.

O mais interessante: as duas perguntas que batizam os curtas em competição nasceram da curiosidade das crianças. Respondidas e transformadas em pílulas veiculadas na Rádio UFMG Educativa, acabaram transformadas em animação. As duas foram feitas este ano, mas o projeto não é novo e já gerou outros filmes. O Universidade das Crianças é um programa de extensão que envolve alunos de graduação em medicina e pós-graduandos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), além de bolsistas da Escola de Belas-Artes (EBA). Coordenado por Débora d’Ávila Reis, professora do ICB, o projeto tem o professor Maurício Gino, da EBA, como vice-cooordenador e integra o Núcleo de Divulgação Científica do Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom).

As duas animações, de cerca de dois minutos, De onde vem a nossa voz? e O que o nosso corpo faz para que a gente cresça e se modifique? têm direção e edição de Mateus di Mambro, ex-aluno da EBA e, como ele explica, “foram trabalho coletivo”, realizado por equipe composta ainda por Marcela Werkema, Fabiano Bomfim, Arlen Siqueira e Haron Gomes. Os filmes utilizam basicamente técnica de animação 2D tradicional, mesclando recursos como o stop motion. Mateus, que teve seu primeiro curta, Nós de gravata, exibido na edição de 2007 do Anima Mundi, conta que o Universidade das Crianças, projeto de divulgação científica, foi criado como forma de levar informação aos pequenos. “Primeiro, as pílulas de rádio respondiam às perguntas. Depois surgiu a ideia das animações.” Em 2006, o curta Por que não nascemos sabendo? foi feito pelo próprio Mateus. Em 2007, ele teve pequena participação em Por que vomitamos?, realizado por Marcela Werckman.

“O roteiro dos curtas parte das pílulas de rádio e as respostas às questões é bolada de forma descontraída. As explicações partem de termos simples, nada muito técnico, valendo-se muito de analogias. O filme é bem didático”, explica Mateus, contando que De onde vem a nossa voz?, por exemplo, tem um músico que simboliza as cordas vocais dentro da garganta. Já O que o nosso corpo faz para que a gente cresça e se modifique? mostra como as células se reproduzem até chegar ao feto e ao crescimento. “Coisas feitas para crianças têm um encantamento, até os adultos são envolvidos. Os filmes são ricos visualmente, a gente assiste com certo deslumbre”, diz o diretor, feliz (“e não surpreso, já que a qualidade das obras é muito grande”) com o fato de os trabalhos participarem de duas mostras competitivas.

PROJETO FINAL O professor Maurício Gino explica que os três curtas selecionados para mostras paralelas do Anima Mundi são projetos de conclusão de curso, feitos nos últimos dois anos na habilitação de cinema de animação. Conta que já era grande a demanda pela área e vem crescendo agora com o novo curso de cinema de animação e artes digitais (noturno, com 40 vagas anuais, carga horária de 2,7 mil horas e duração de quatro anos e meio). “Há várias razões para esse crescimento, como a nova tecnologia digital, que facilita e barateia a produção, a internet e as mídias móveis, como celular.”

Além de a cada dia surgir um veículo novo, Maurício Gino destaca o fato de o curso de belas-artes da UFMG, único que habilitava o formando em cinema de animação, sempre ter atraído alunos de vários estados. Essa tradição, segundo ele, vem dos anos 1980, “quando foi montado núcleo de produção na universidade, fruto de convênio com o Canadá, o que ocorreu em outros locais do país. Em alguns casos, deu origem a produtoras, aqui gerou um curso”.

Os curtas da EBA têm temática e concepção autoral. Para o professor, a seleção para o festival traz "reconhecimento do trabalho dos alunos e estímulo importante para o curso recém-inaugurado".

NA REDE

Para assistir aos filmes da UFMG, visite o site do projeto Universidade das Crianças: www.ufmg.org/universidade das crianças.Para saber mais sobre o Anima Mundi, navegue em www.animamundi.com.br.

Universidade das Crianças
O programa de extensão Universidade das Crianças, de divulgação científica, veicula pílulas na rádio UFMG Educativa e promove oficinas em escolas, principalmente sobre temas ligados ao corpo humano. Já foram produzidos cinco filmes de animação a partir dos programetes de rádio, e eles são levados às escolas.


http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_8/2010/06/01/ficha_cinema/id_sessao=8&id_noticia=24751/ficha_cinema.shtml

terça-feira, 8 de junho de 2010

Tex Avery “Na animação você pode fazer o que quiser.”



Anárquico, talvez este seja um dos melhores termos para se classificar Tex Avery e seu estilo histriônico de fazer animação. Basta dizer que ele é o pai do Pernalonga, personagem dos mais interessantes e provocativos já criados em um estúdio de Hollywood, e não apenas na área da animação, mas sim em toda indústria do entretenimento.

Frederick Bean Avery nasceu em fevereiro de 1908, na cidade de Taylor, Texas. Posteriormente adotou o nome Tex, pelo qual ficou conhecido. Após concluir os estudos na North Dallas Highschool, Tex se mudou para o sul da Califórnia, onde arrumou emprego no porto. No ano de 1929, após mostrar seu portfólio, conseguiu um emprego como animador no estúdio de Walter Lantz, mas sua contribuição no estúdio foi pequena. Foi então que em 1935 Tex se mudou para o estúdio de Leon Schlesinger, onde ele consolidou sua carreira e fez uma verdadeira revolução na animação.

No estúdio de Schlesinger que também era da Warner, Tex conseguiu criar sua própria equipe de animadores, entre eles estavam Bob Clampett e Chuck Jones. Trabalharam em mais de 60 títulos das séries Merrie Melodies e Looney Tuenes,e criaram grandes personagens como Pernalonga e Patolino. Perfeccionista, Tex mudou a forma como se fazia animação até então, principalmente pelos estúdios Walt Disney.

Foi em Wild Hare, filme dirigido por Tex Avery em 1940, que o coelho Buggs Bunny, nosso Pernalonga, aparece pela primeira vez em seu design final (de autoria de Robert McKimson). Pernalonga pode ser considerado uma síntese de todas as idéias de Tex para se criar uma animação. Ele levou as regras de ouro da animação, como esticar e puxar a um nível ainda não experimentado, Tex acreditava que na animação tudo pode ser feito, e delimitou isso muito bem na construção de seus personagens. Por isso Pernalonga é um bom exemplo das criações de Tex, porque o coelho não tem apenas seu design de animação, mas sua própria personalidade é delimitada dentro do mundo absurdo dos desenhos animados.

Mas talvez o personagem mais interessante para se pensar o estilo alucinado e inventivo de Tex, seja mesmo o personagem Wolfie, o lobo. Em 1942, Tex foi para a MGM, sob supervisão de Fred Quimby. Lá ele criou personagens como Droopy e Screwy Squirrel, e ainda dirigiu vários cartoons, como Magical Maestro, Ventriloquist Cat e King-Size Canary. E em 1943 começou uma série de cartoons de grande risco, pois foi com eles que Avery radicalizou algo que já vinha fazendo desde o início da carreira, cartoons para adultos, e assim fez outra grande revolução na animação ao mostrar que desenhos animados não necessariamente deveriam ter o publico infantil como alvo.

O primeiro grande filme dessa série foi Red Hot Riding Hood, de 1943, protagonizado pelo lobo Wolfie e a loira fatal de vermelho. O filme já começa subvertendo tudo sobre contos de fadas e se transforma num filme noir bebob jazz quase feminista. Nele, o lobo começa perseguindo a chapeuzinho vermelho, mas acaba sendo perseguido ele mesmo pela avó safada, e no fim admite ter um fraco por mulheres e se mata, mostrando que elas dominavam a situação e eram muito mais perigosas que o lobo, que não passava de um cordeiro frente à sexualidade dominadora da chapeuzinho/ loira fatal. Tex ainda repete essa formula em outros filmes, como Swing Shift Cinderella, de 1945. Mas é interessante como nesse filme, já no fim da guerra, a mulher no final volta a sua condição de mulher submissa e não consegue se livrar dos lobos que a espreitam.

Ao final de uma obra de Tex, além de muitas risadas, sentimos uma verdadeira sensação de liberdade e até libertinagem, no melhor sentido. Tex Avery é assim um dos grandes artistas que souberam subverter e criar algo realmente importante dentro do sistema de indústria hollywoodiano. E pelos seus personagens que ainda hoje pertencem a nossa cultura, percebemos que acima de tudo, Tex Avery foi um grande libertário.

Pedro di Lorenzo, estudante do 7 periodo do curso de cinema e video da UNA

segunda-feira, 7 de junho de 2010

8 MUMIA – MOSTRA UDIGRUDI MUNDIAL DE ANIMAÇAO - INSCRIÇÕES PRORROGADAS






*Frame do curta VERISET KADET (bloody Hands), de Malakias,7', Finlandia, 2009












Foram prorrogadas as inscrições ate o dia 18 de junho para o 8 MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação que traz a Belo Horizonte e Betim, o melhor da animação mundial.

Mais de 50 animações brasileiras já foram inscritas e filmes chegados de 12 países diferentes como Portugal, Reino Unido, Espanha, Finlândia, Inglaterra, Alemanha, Áustria, Malaysia, Bósnia e Herzegovina, Argentina, Australia e Rússia.

O filme de abertura será Mercano, o marciano do argentino Juan Antin, e a mostra ainda contará com exibições especiais do realizador alemão Max Hattler e do russo Alex Budovsky e outra surpresas que farão de Belo Horizonte e Betim cidades mais animados.

Os DVD podem ser enviados para

CRAV / 8 MUMIA
Av. Álvares Cabral, 560
Centro
Belo Horizonte – MG
30170-000
Brasil

Fotos e ficha de inscrição para leitefilmes@gmail.com

FICHA DE INSCRIÇÃO
8º MUMIA – MOSTRA UDIGRUDI MUNDIAL DE ANIMAÇÃO – 2010.

Título:
Duração:
Ano e local:
Diretor:
Produtor (a):
Endereço:
CEP:
Cidade/Estado:
Telefone/fax:
E-mail:
Sinopse:
Prêmios:
Originalmente produzido em que suporte:
Deseja participar de exibicoes itinerantes no Brasil e no exterior? sim ou nao

domingo, 6 de junho de 2010

Uma poesia para Norman Mclaren






Uma poesia para Norman Mclaren por Fernanda Figueredo*

Há e vai!
Roda
Película
Escuta
Emancipa-se
Sonoridades imagéticas
Cores intensas

Traços atonais

um constante insconstante
Desperta-se o sonho
Inconsciente profundo
Artista dos movimentos!
Ritmo em córneas...
E traços enigmáticos.
Pulsa uma linha que vira,ginga.
Que vibra! e metamorfoseia em mares e pinturas
Assim, tudo plástico.Alma em quadros.


Fernanda Figueredo é estudante do 7 Periodo do curso de Cinema e Video da UNA

sexta-feira, 4 de junho de 2010

ANIMANIA nº175 - "Entre os dedos e a Pré-história"

















O programa Animania volta a pré-história para mostrar as desventuras do
homem das cavernas no filme “Uhug, na serra da capivara”, de Marco Bravo.

Zeca recebe o animador Rafael Coutinho para um dedo de prosa sobre uma
animação cheia de dedos: o filme “Aquele Cara”, com roteiro original de seu
pai, o cartunista Laerte.

No Catavento, Seth fica conhecendo um site cheio de humor; o Urubutricks. O Animador cearense Fernando Santos fala de como produzir humor animado na Web e mostra seu filme “Eleições 2008”, uma brincadeira cheia de sarro sobre o lugar comum da propaganda política.

O programa vai ao ar na segunda 07/06/2010 às 19:30 e reprisa na quinta 10/06/2010 às 20:00. pela TV Brasil

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O 8 MUMIA vem aí



A primeira exibição das Machinimas em Belo Horizonte aconteceu em setembro de 2009 através da MostraVideo do Itaú Cultural, que trouxe a cidade a curadora e organizadora dos programas Isabelle Arveres. Isabelle é francesa, curadora de novas mídias e critica especializada em vídeo, jogos de computador, animação para web e cinema digital.

A MostraVideo do Itaú cumpre um papel primordial em trazer para o publico mineiro uma grande parte da cinematografica e videografica mundial que dificilmente chegariam por outros meios.

Em agosto mais informações dos filmes a serem exibidos

Mais informações em:
http://mostravideoitaucultural.wordpress.com/category/isabelle-arvers-setembro-2009/