quarta-feira, 9 de junho de 2010

ANIMAÇÃO EM ALTA















Curtas da UFMG serão exibidos no 18º Anima Mundi

Matéria publicada no dia 01 de junho de 2010, no jornal O Estado de Minas
Gracie Santos - EM Cultura

Imagine o seu projeto final de curso ser mostrado em uma das melhores vitrines da área no mundo. Um sonho, não? É essa a realidade que vivem quatro alunos da habilitação em cinema de animação do curso de belas-artes da UFMG, que, ano passado, deu lugar ao curso de cinema de animação e artes digitais. Cortejo, de Marília Doria Poggiali; Quindins, de David Mussel da Silva e Giuliana Danza; e Improvisação sobre um tema secreto, de Juliana Rabello Machado, integram mostras paralelas da 18ª edição do Anima Mundi, de 16 a 25 de julho, no Rio, e de 28 de julho a 1º de agosto, em São Paulo. E outros dois curtas do projeto Universidade das Crianças, De onde vem a nossa voz? e O que o nosso corpo faz para que a gente cresça e se modifique?, estão entre as 12 obras nacionais e 28 internacionais da mostra competitiva infantil do mesmo festival. Mais: esses dois trabalhos estarão na competitiva da 9ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, de 19 deste mês a 4 de julho.

O mais interessante: as duas perguntas que batizam os curtas em competição nasceram da curiosidade das crianças. Respondidas e transformadas em pílulas veiculadas na Rádio UFMG Educativa, acabaram transformadas em animação. As duas foram feitas este ano, mas o projeto não é novo e já gerou outros filmes. O Universidade das Crianças é um programa de extensão que envolve alunos de graduação em medicina e pós-graduandos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), além de bolsistas da Escola de Belas-Artes (EBA). Coordenado por Débora d’Ávila Reis, professora do ICB, o projeto tem o professor Maurício Gino, da EBA, como vice-cooordenador e integra o Núcleo de Divulgação Científica do Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom).

As duas animações, de cerca de dois minutos, De onde vem a nossa voz? e O que o nosso corpo faz para que a gente cresça e se modifique? têm direção e edição de Mateus di Mambro, ex-aluno da EBA e, como ele explica, “foram trabalho coletivo”, realizado por equipe composta ainda por Marcela Werkema, Fabiano Bomfim, Arlen Siqueira e Haron Gomes. Os filmes utilizam basicamente técnica de animação 2D tradicional, mesclando recursos como o stop motion. Mateus, que teve seu primeiro curta, Nós de gravata, exibido na edição de 2007 do Anima Mundi, conta que o Universidade das Crianças, projeto de divulgação científica, foi criado como forma de levar informação aos pequenos. “Primeiro, as pílulas de rádio respondiam às perguntas. Depois surgiu a ideia das animações.” Em 2006, o curta Por que não nascemos sabendo? foi feito pelo próprio Mateus. Em 2007, ele teve pequena participação em Por que vomitamos?, realizado por Marcela Werckman.

“O roteiro dos curtas parte das pílulas de rádio e as respostas às questões é bolada de forma descontraída. As explicações partem de termos simples, nada muito técnico, valendo-se muito de analogias. O filme é bem didático”, explica Mateus, contando que De onde vem a nossa voz?, por exemplo, tem um músico que simboliza as cordas vocais dentro da garganta. Já O que o nosso corpo faz para que a gente cresça e se modifique? mostra como as células se reproduzem até chegar ao feto e ao crescimento. “Coisas feitas para crianças têm um encantamento, até os adultos são envolvidos. Os filmes são ricos visualmente, a gente assiste com certo deslumbre”, diz o diretor, feliz (“e não surpreso, já que a qualidade das obras é muito grande”) com o fato de os trabalhos participarem de duas mostras competitivas.

PROJETO FINAL O professor Maurício Gino explica que os três curtas selecionados para mostras paralelas do Anima Mundi são projetos de conclusão de curso, feitos nos últimos dois anos na habilitação de cinema de animação. Conta que já era grande a demanda pela área e vem crescendo agora com o novo curso de cinema de animação e artes digitais (noturno, com 40 vagas anuais, carga horária de 2,7 mil horas e duração de quatro anos e meio). “Há várias razões para esse crescimento, como a nova tecnologia digital, que facilita e barateia a produção, a internet e as mídias móveis, como celular.”

Além de a cada dia surgir um veículo novo, Maurício Gino destaca o fato de o curso de belas-artes da UFMG, único que habilitava o formando em cinema de animação, sempre ter atraído alunos de vários estados. Essa tradição, segundo ele, vem dos anos 1980, “quando foi montado núcleo de produção na universidade, fruto de convênio com o Canadá, o que ocorreu em outros locais do país. Em alguns casos, deu origem a produtoras, aqui gerou um curso”.

Os curtas da EBA têm temática e concepção autoral. Para o professor, a seleção para o festival traz "reconhecimento do trabalho dos alunos e estímulo importante para o curso recém-inaugurado".

NA REDE

Para assistir aos filmes da UFMG, visite o site do projeto Universidade das Crianças: www.ufmg.org/universidade das crianças.Para saber mais sobre o Anima Mundi, navegue em www.animamundi.com.br.

Universidade das Crianças
O programa de extensão Universidade das Crianças, de divulgação científica, veicula pílulas na rádio UFMG Educativa e promove oficinas em escolas, principalmente sobre temas ligados ao corpo humano. Já foram produzidos cinco filmes de animação a partir dos programetes de rádio, e eles são levados às escolas.


http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_8/2010/06/01/ficha_cinema/id_sessao=8&id_noticia=24751/ficha_cinema.shtml

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