quinta-feira, 19 de junho de 2008

Minas faz bonito


Artes Visuais - Minas faz bonito - 18/06/08

Doze filmes mineiros serão exibidos na mostra de cinema infantil que será realizada em Santa Catarina este mês

A 7ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que começa no dia 27, em Santa Catarina, tem 12 trabalhos mineiros entre os 54 filmes selecionados. “Maravilha! Minas Gerais está se transformando em pólo de animação graças ao belíssimo trabalho desenvolvido na Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais”, comemora o cineasta Helvécio Ratton. “Temos carência de filmes para o público infantil e infanto-juvenil. São trabalhos que favorecem o acesso à cultura e têm importante papel na formação de público. Se uma pessoa só vê filme brasileiro aos 20 anos, para ela é cinema estrangeiro”, completa.

Helvécio Ratton dirigiu três trabalhos premiados (no Brasil e em outros países), dedicados aos muito jovens: Dança dos bonecos (1986), O menino maluquinho (1995) e Pequenas histórias, que abrirá a mostra de Florianópolis. “Recupero algo que o cinema anda perdendo: filmes que toda a família pode ver junta”, observa. Como surgiu encanto com o segmento infanto-juvenil? “Não sei. Quando pequeno, adorava ouvir histórias, o que me levou a ler mais cedo. Então, é algo que está no meu DNA. Talvez por ser interiorano, tenho um pé no quintal, o que puxa a infância. E, depois, temos histórias muito bonitas para contar”, responde. De acordo com o cineasta, seus filmes somam memória, imaginação, folclore e literatura.

Marcelo Branco, de 34 anos, formado em artes visuais pela Universidade Federal de Uberlândia, teve cinco filmes selecionados para a mostra catarinense. Eles integram filmografia que já chegou a 80 trabalhos exibidos em importantes festivais, a maioria realizada a partir oficinas de animação com crianças de 10 a 14 anos. Em Florianópolis, ele mostrará temas ambientais e de direitos humanos, entre eles Quem é bom?, com menina e menino discutindo quem é melhor.

Marcelo adora o público infantil. O formato curtinho (filmes de 30 segundos a três minutos) veio para agradar a essa turma. “É gente que, quando as luzes se apagam e o filme começa, manifesta deslumbramento com o cinema”. A platéia é rigorosa: “Se não gostam, vão fazer outra coisa e ainda saem dizendo que o filme é ruim”, conta.

Celular

A popularização das ferramentas eletrônicas, somada às leis de incentivo, observa Branco, possibilita produção de bom nível, com histórias interessantes e em estilos variados. Particularmente, o cineasta gosta de mensagens positivas, com criatividade e originalidade. E música de qualidade – Dércio Marques, Tom Zé, Luiz Salgado, os grupos Palavra Cantada e Porcas Borboletas. Branco está fazendo versão em desenho animado do livro O casamento da ararinha azul, de Ângelo Machado. Alguns de seus filmes podem ser acessados pelo celular, que, ao lado da internet, facilita a difusão, lembra ele. O diretor quer fazer séries para a televisão. Conta que oficinas com crianças de 10 a 14 anos surpreendem pela criatividade da garotada. E avisa: para fazer animação, não basta desenhar. É preciso gostar de escrever e de ler.

O flerte da literatura com a animação mineira está em Viagens de papel, o sexto filme de Maurício Gino, de 41 anos, cineasta e professor de animação da Escola de Belas-Artes da UFMG. A história mostra as recordações que um aviãozinho de papel provoca em um idoso. Foi inspirada em livro da mãe do cineasta, Irlanda Silva Gino. O trabalho, pensado para adultos, acabou em festivais para crianças. “É um público maravilhoso que entra na história”, conta. De acordo com o professor, a Belas-Artes tem gerado novos autores que têm sido bem recebidos em festivais. Outro incentivo, observa, vem do projeto Curta Minas.

Diversidade “Quem faz cinema no Brasil não tem olhar para a criança”, afirma Luiza Lins, diretora da 7ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, contando que pesquisas mostram que apenas 2% da produção nacional está voltada para esse público. “Na Escandinávia, 20% do que se investe em cinema vão para filmes para as crianças. Precisamos ter algo assim no Brasil, mas, quando se fala nisso, o meio cinematográfico fica assustado”, observa.

“Em vez de filmes divertidos, que transmitam valores positivos, respeito à diferença e ao próximo, predominam obras que reforçam preconceitos, faltam com respeito aos mais velhos. Enfim, produções machistas, com erotização que as crianças nem entendem”, critica Luiza. “Temos poucos, mas os diretores atuantes na área são nota 10, como Helvécio Ratton e Cao Hamburguer”, conclui.

Os selecionados
A língua do nhem, Criança não trabalha, O globo mágico, Disco voador, Quem é o bom?, de Marcelo Branco; Betinho, de Rafael Guimarães; Jardim das cores, de Guilherme Reis; Lumis, O vaga-lume, de Marcelo Tannure; O jogo, de César Raphael; O povo atrás do muro, de Marconi Loures de Oliveira; Pipo Pipa, de Sheila Neumayr e Marconi Loures; Viagens de papel, de Maurício Gino. A mostra do 7º Festival de Florianópolis será aberta com a exibição de Pequenas histórias, de Helvécio Ratton.
Estado de Minas - Walter Sebastião – 18/06/08

sexta-feira, 6 de junho de 2008

MUMIA in RIO


Gordeeff

Gravação Programa Animania - TVE Brasil

Debate - Os rumos da animação no Brasil (Andrés Lieban e Marcos Magalhães)

Marcos Magalhães

Andrés Lieban

Marão

Leonardo Ribeiro



Quiá Rodrigues