quarta-feira, 20 de outubro de 2010

HENFIL

PlimPlim - Henfil (Rede Globo 2007) from Paulo Luna on Vimeo.



Por PEDRO DE TOLEDO*

Escolhi um cartunista muito famoso no Brasil, não um animador. Embora alguns de seus
personagens tenham ganhado vida em animação como homenagem nas famosas "Vinhetas
Plim Plim" da Rede Globo, aquelas pequenas animações que passam quando começam e
acabam os intervalos.

O artista em questão é, Henrique de Souza Filho, o Henfil. O motivo da escolha é porque além de amigo da família tenho em casa desenhos originais e com dedicatórias.

Nascido em Ribeirão das Neves no dia 5 de fevereiro de 1944, Henfil e mais dois de seus irmãos herdaram, de sua mãe, hemofilía, uma doença genética. Foi criado na periferia de Belo Horizonte.

Trabalhou durante muitos anos em Belo Horizonte. Cartunista, quadrinista, escritor e
jornalista, Henfil estreou na Revista Alterosa em 1964. No ano seguinte colaborou com o Jornal Diário de Minas, logo depois com o Jornal dos Sports do Rio de Janeiro. Também contribuiu para as revistas, Realidade, Visão, Placar e O Cruziero.

Em 1969 fixou-se no semanário Pasquim e no Jornal do Brasil, foi aí que seus personagens ganharam popularidade. Os personagens sempre com características tipicamente brasileiras, retratavam as situações da época. Sempre desenhos humorísticos, críticos e satíricos.

Em busca de tratamento médico chegou a passar dois anos em Nova Iorque, lá até tentou
vender suas tiras, más foi renegado e condenado a meios de divulgação muito underground. Nesse período chegou a escrever o livro "Diário de um Cucaracha" e retornou ao Brasil em temporadas de trabalho, novamente, no Rio de Janeiro e em Natal (RN).

Henfil também se envolveu com teatro e cinema, realizando a peça "A Revista do Henfil" e também escreveu, dirigiu e atuou no filme "Tanga - Deu no New Tork Times".
Talvez um dos trabalhos de mais visualização foi o quadro "TV Homem" no programa "TV
Mulher" da Rede Globo.

Em uma transfusão de sangue, Henfil contraiu o vírus da AIDS e morreu de complicações
devido ao vírus e hemofilía. Faleceu no dia 4 de janeiro de 1988 no auge de sua carreira.

Em seus 44 anos de vida escreveu 7 livros:

- Hiroxima, Meu Humor"(1976).

- "Diário de um Cucaracha"(1976).

- "Dez em Humor"(1984).

- "Diretas Já"(1984).

- "Henfil na China"(1984).

- "Fradim de Libertação"(1984).

- "Como se Faz Humor Político"(1984).

Mesmo seus livros possuíam as mesmas características das tiras e cartuns, abusavam de um humor rápido, reflexões e linguagem direta. Sua característica mais marcante, eram as constantes críticas à política e o apoio às Diretas Já.

Outro fator marcante era a constante cobrança da posição sócio, política e econômica das celebridades e personalidades da época. Chegou a enterrar duas vezes a cantora Elis Regina chamando-a de "regente", pois à seus olhos ela agradava aos interesses do regime ditatorial.

Outras personalidades que também foram criticadas por Henfil foram, Roberto Carlos
(cantor), Wilson Simonal, Pelé, Paulo Gracindo, Tarcísio Meira e Marília Pêra.

Em 1999 seu único filho criou o instituto Henfil, que visa preservar a obra do artista e incentivar eventos culturais.

http://www.henfil.com.br/
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u406.jhtm
http://www.cursinhohenfil.org.br/index.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henfil

"Procuro dar meu recado através do humor.Humor pelo humor, é sofisticação, é frescura. E nessa eu não tou: meu negócio é pé na cara. E levo o humorismo a sério".

"Morro, mas meu desenho fica". Henfil.

PEDRO DE TOLEDO, 22 anos, estudante do 7 Periodo do curso de Cinema e Video da UNA

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