terça-feira, 30 de dezembro de 2008

FESTIVAL DE CINEMA HERMANO DE CHILE


E encontram-se abertas as inscrições até o dia 31 de janeiro de 2009 para o
3 Festival de Cine Social, Anti-social e Hermafrodita de La Pintana em Santiago do Chile.


O objetivo é a participação de realizadores, cineastas, videastas, organizacões culturais, coletivos, que enviem filmes sem discriminação de gênero seja documentário, ficção, animação ou outra forma contemporanea de exibir o audiovisual. A ideia também é acolher novas tendências audiovisuais tanto estéticas como éticas, que abordem questionamentos sociais, morais, políticos, religiosos, étnicos, ecológicos, de dereitos humanos, de minorias, de discriminação, exclusão e tudo o que derive disso. O Festival acontece na periferia de Santiago e leva filmes até uma população excluída da sociedade: prédios tomados, áreas invadidas e praças da comuna de La Pintana, estendendo em 2009 para outra comuna da grande Santiago: La Granja.

O festival acontece entre os dias 17 a 21 de Março de 2009 em diferentes pontos da comuna La Pintana e La Granja em Santiago.


Os filmes devem ser enviados para:

FECISO 2009

General Belgrano 12745

Población San Rafael

La Pintana

Santiago de Chile
Teléfonos (2) 8917482- (2) 5423796


Ja pude estar presente nas duas primeiras edições do Festival. Na primeira como jurado, onde foi homenageado com uma retrospectiva de seu trabalho o premiado diretor chileno Patricio Guzman: "Salvador Allende", "O Caso Pinochet" e "Chile, uma memória obstinada", dentre muitos outros.
Foram premiado os documentários: "A Cidade dos fotográfos"(2006), de Sebastián Moreno, tocante documentário sobre os fotografos chilenos durante o período da ditadura Pinochet, que usaram de sua arte para apoiar o depoimento de vítimas da ditadura e foram fundamentais para iniciar os processos de justiça.
Foi premiado tambem "Opus Dei" de Betina Perut e Ivan Osnovikoff.


Em 2008 não houve premiação, mas o festival contou com a assitência de importantes personalidades do mundo cinematografico chileno, conhecidos cineastas chamados de Os Primeiros transgressores: Guillermo Cahn, Ignacio Aliaga, Carmen Brito e Pedro Chasquel.
Foi convidado tambem Felipe Moreno do Festival Internacional de Curtas metragens e Escolas de cinema - El Espejo de Bogotá, Colômbia.
Maiores informações, ficha de inscriçao, regulamento:
outros links de interesse:

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Hayao Miyasaki - Sofisticado e Inteligente

Crítica do filme de Miyazaki feita na Folha de São Paulo.
Após "A Viagem de Chihiro", o japonês Hayao Miyazaki investiga revolução industrial
Animação mergulha na iminência da guerra
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA - 05/08/05

É preciso festejar que os filmes de Hayao Miyazaki estejam sendo lançados comercialmente no Brasil. Depois da obra-prima "A Viagem de Chihiro", que veio com as chancelas do Urso de Ouro no Festival de Berlim e do Oscar de melhor animação, é a vez dos cinemas brasileiros receberem o quase tão belo "O Castelo Animado", que passou no Festival de Veneza do ano passado.

Imensamente popular no Japão, Miyazaki tem um longo percurso a percorrer antes de alcançar o mesmo sucesso por aqui. Seu trabalho ainda sofre da pecha do "cinema de arte", um tipo de adjetivação bem-intencionada que, muitas vezes, confina certas obras a nichos de mercado. Por serem "de arte" e por serem japoneses, seus filmes são considerados complexos demais para crianças, o que é no mínimo relativo. As narrativas apenas obedecem a uma lógica diferente, não tão calcada na "causa-conseqüência" da dramaturgia ocidental.

A fluidez é a marca mais evidente do estilo de Miyazaki. Tanto do ponto de vista da história como do desenho, tudo é concebido como um fluxo que, no seu conjunto, termina formando um universo de extrema coerência e beleza internas. Um universo quase felliniano, por vezes grotesco, mas sempre encantador, capaz de explorar todo o potencial de liberdade que a animação dá. Não é raro que as crianças se entreguem a esse universo mais facilmente do que os adultos, que ficam esperando explicações para tudo. Mesmo que não compreendam detalhes, como muitas vezes também não compreendem nos filmes americanos as piadas feitas para distrair os mais crescidos, as crianças costumam vidrar os olhos nos traços e cores do animador.
Em "O Castelo Animado", curiosamente, o desenho de Miyazaki serve a uma história ocidental. O filme é uma adaptação de um livro da escritora inglesa Diana Wynne Jones ambientado nas vilas européias do começo do século passado. Um mundo marcado pela revolução industrial (máquinas a vapor e engenhocas mecânicas dominam a cena) e pela iminência da guerra -mas não pelo racionalismo pragmático.Nesse mundo, a jovem chapeleira Sophie é transformada em uma senhora de 90 anos por uma feiticeira enciumada. Apavorada, a velha-menina se auto-exila em terras desprotegidas, lá onde vive Howl, um mago considerado perigoso. Sophie termina conseguindo abrigo no castelo ambulante de Howl e assume a arrumação da casa -até se dar conta de que ele não tem nada de perigoso. Aos poucos, vai descobrir a chave para se desvencilhar do feitiço.
Ainda que tardia, a descoberta de Miyazaki faz um bem enorme à diversidade nas telas brasileiras e amplia o leque de opções cinematográficas das crianças, hoje tão limitado às produções dos estúdios Disney e DreamWorks. Tomara que "A Viagem de Chihiro" e "O Castelo Animado" abram portas para que filmes antigos de Miyazaki (e os novos) aportem com freqüência.

O Castelo Animado
Hauru no Ugoku
: Hayao Miyazaki
Produção: EUA/Japão, 2004


Outros longas de Hayo Miyasaki:
A Viagem de Chiriro - 2001 (Urso de Ouro no Festival de Berlim (2002) e Oscar de Melhor animaçao (2003)
Princesa Mononoke (1997)
Porco Rosso (1992)
Kiki's Delivery Service (1989)
Meu amigo Totoro (1988)
Castle in the sky (1986)
Warriors of the wind (1984)
Arsene Luoin and the Castle of Gagliostro (1979)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

28° Bienal de Arte de São Paulo age de modo cínico e intolerante ao lavar as mãos

Bienal age de modo cínico e intolerante ao lavar as mãos

Acusar a grafiteira Carolina da Mota, presa há 52 dias, de "danificar patrimônio tombado" é estratégia hedionda
PAULO HERKENHOFF
ESPECIAL PARA A FOLHA DE SÃO PAULO
Minha opinião ou a de qualquer outra pessoa sobre o grafite não tem a menor importância no caso da Carolina Pivetta da Mota na Bienal de São Paulo. Não se trata de condenar ou aplaudir a ação de grafitagem. Eu vi, em 1972, os seguranças do MAM carioca ajudarem Antonio Manuel a fugir da polícia que o perseguia porque havia se apresentado nu no Salão Nacional de Arte Moderna. O MAM do Rio não mandou prender Raimundo Colares quando quebrou vidros do prédio em manifestação durante a ditadura militar. A Bienal quer que o Brasil sinta saudades da ditadura? A mesma Bienal que entrega a grafiteira à polícia foi a que proscreveu Cildo Meireles em 2006 por ter protestado contra a reeleição de Edemar Cid Ferreira para seu conselho. O paradoxo é que Edemar não providenciou a prisão da garota que beijou com batom uma tela de Andy Warhol na Bienal de 1996, fato muito mais grave do que grafitar paredes nuas.
A Bienal, seu presidente, conselheiros e curadores que continuarem a se omitir precisam aprender algo com Edemar: na Bienal, a repressão não é um fim em si. Confesso que, quando soube da grafitagem, pensei que fosse um gesto autorizado numa Bienal que ia criar uma praça de convivência e estimulava a participação da cultura pop jovem. Era estratégia de marketing ou efetiva proposta de política cultural? No entanto, tudo é obscurantista na posição da Bienal desde o dia da grafitagem. Posso até entender as reações de primeira hora mais agressivas por agentes culturais e políticos da Bienal, mas temos de admitir ser uma estratégia hedionda acusar a grafiteira de "danificar" o patrimônio tombado, já que as feiras, as festas de casamento e a própria Bienal furam e escrevem nas paredes, pintam e bordam com o prédio sem autorização do Iphan.
Se a grafiteira fosse um nome do mercado de arte não teria sido presa ou já estaria solta. O ato de Carolina Pivetta da Mota é rigorosamente igual a tudo o que ocorre no prédio da Bienal. Depois é só repintar, como aconteceu. Tudo se refaz porque o prédio da Bienal está à disposição da expressão. Sua estrutura original de feira industrial tinha que ser necessariamente versátil para atender a todo tipo de tranco físico. Por isso o acabamento sem adornos e luxo do Pavilhão do Ibirapuera. É só cimento, tijolo e cal.
Carolina também não interveio na obra de ninguém. Ela não é uma Tony Shafrazi, que grafitou a "Guernica" de Picasso. Se tivesse praticado um ato anti-social realmente grave, Carolina já poderia ter sido condenada a alguma prática comunitária na própria Bienal. Neste caso, não se estaria "domesticando" uma consciência crítica, mas dando-lhe a oportunidade de entender melhor o processo de uma Bienal. O que Carolina está contribuindo socialmente agora é a introduzir um debate na pasmaceira institucional. Se tivesse causado um dano real à superfície das paredes, teria sido ínfimo.
Dirigi um museu do Iphan onde uma ex-diretora causou danos em esculturas ao instalá-las ao ar livre, onde tomavam chuva ácida. O Iphan e o Ministério Público não pediram sua prisão quando se verificaram danos irreparáveis à pátina na escultura "A Faceira de Bernardelli". No caso do grafite na Bienal, não ficaram seqüelas.
Fui curador da 24ª Bienal de São Paulo, e minha monografia final no mestrado em direito pela Universidade de Nova York foi na área de direito constitucional. Nessa dupla condição, afirmo que o que vejo aqui é uma posição odienta da Bienal transferindo a responsabilidade por essa situação kafkiana para os órgãos do Estado como responsáveis por este processo. Carolina não danificou nenhuma obra de arte. Por acaso, Oscar Niemeyer veio a público protestar contra a grafitagem como um "ataque" danoso ao pavilhão do qual é autor, como sempre fez quando degradam um projeto de sua autoria?

A Fundação Bienal primeiro agiu de modo intolerante e agora de modo cínico ao lavar as mãos. Parece que estar em "vivo contato", proposta desta Bienal, está sendo entendido como exercício de ira ou crueldade que, afinal, estão entre as pulsões de morte da espécie humana. Ou é só vingança? Afinal, alguém tem que pagar...
Mesmo que seja uma mulher, baixinha, gordinha que não conseguiu escapar da ineficiente vigilância da instituição como os outros 30 galalaus. Sua prisão serviu para salvar a honra dos vigilantes e o contrato da empresa com a Bienal...
Parabéns a Carolina por não ter pensado na delação premiada para se safar da encrenca, mesmo depois de 52 dias sem um habeas corpus. Carolina Pivetta da Mota passou o dia de comemoração dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos numa cadeia em São Paulo. Isso não denigre a Bienal, nem São Paulo, nem o Brasil. Isso denigre a humanidade.
Se o vazio fosse de fato o espaço aberto para discutir a instituição, essa extraordinária grafitagem teria sido incorporada ao projeto ético e político da 28ª Bienal. A grafitagem já é um dos fatores mais marcantes desta edição. Com mais repressão, deixará de ser um problema de excessivo rigor penitenciário para se tornar uma questão para estudos éticos curatoriais e debates estéticos. Se a Fundação Bienal de São Paulo não se cuidar, a conclusão a que se poderá chegar é a de que o principal problema da Bienal é a 28ª Bienal e a estrutura política que a sustentou.
Peço desculpas a Carolina por não ter protestado, em minha recente palestra na Bienal, em sua defesa e contra esse estado brutal de condução da vida institucional. Eu pensava que já estivesse solta. Quem salva o Brasil e a Bienal não é cadeia, é Mário Pedrosa ao dizer que a arte é o exercício experimental da liberdade. E dirigir a Fundação Bienal de São Paulo ou fazer curadoria não pode perder isto de vista.
(Rio, 12/12/2008)
PAULO HERKENHOFF é curador e crítico de arte. Dirigiu o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, e foi curador do MoMA em Nova York e da 24ª Bienal de São Paulo, em 1998

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Zen Bill Pympton e o cinema feito de Lapis e Papel


Computador e lápis são aliados para fazer animação
John Anderson


A 4,8 mil km de onde Feliz, Dunga e Mestre decoram as paredes dos estúdios Walt Disney em Burbank, está o escritório do animador Bill Plympton em um dos edifícios repletos de portas de aço anônimas no sul de Manhattan. Atrás delas podem existir tanto revendedoras de aspiradores quanto cartéis internacionais de narcóticos. Mas quem se importa? Claramente, coisas mais fantásticas estão surgindo no final do corredor no escritório de Plympton: casamentos alienígenas. Pêlos de nariz tão longos quanto o Nilo. Cães que sonham com hidrantes. E cinema criado a lápis. Muitos lápis.

Enquanto Bolt e Madagascar 2: a Grande Escapada continuam ocupando as salas de cinema, e Wall-E parece estar destinado a um Oscar de animação (e talvez até mesmo a uma indicação para melhor filme), os desenhos animados parecem ser a melhor aposta de Hollywood para uma vida longa e feliz - as animações em 3D parecem ser a última razão para o público sair de casa. A tecnologia de informática por trás disso pode ser comparada à da NASA.


Os enredos, sejam eles sobre cães iludidos, leões neuróticos ou pandas com golpes giratórios, são geralmente similares. Mas apesar do estilo bobalhão que influenciou a maior parte dos filmes animados americanos, um elemento insurgente continua fazendo animação para adultos. Nem tudo é desenhado à mão; alguns misturam ação real com animação, ou podem ser desenvolvidos por Flash ou PowerPoint.


Plympton, o mais conhecido desse quadro de animadores, cujos filmes incluem The Tune, I Married a Strange Person e, mais recentemente, o curta Hot Dog, usa a mesma técnica que a Disney usava em 1936. "Diria que foram necessários cerca de 25 mil desenhos para Idiots & Angels", contou de seu mais recente filme, sobre um homem mau que desenvolve asas que o levam a fazer boas ações. "Faço cerca de 100 desenhos por dia, algo como 10 por hora, e se conseguir ficar nisso por 250 ou 300 dias, então tenho um filme."


É como, ele disse, "uma coisa zen". "Você fica tão focado. Não respondo e-mails ou telefonemas. Acordo às 6h, não me barbeio nem tomo banho, só começo a desenhar. É como um percurso. Ouvi que os romancistas fazem isso também. Eles se focam tanto por um ano que depois desabam por duas ou três semanas. Vão dormir. Ou beber".


Outros artistas têm outras táticas. Henry Selick (O Estranho Mundo de Jack de Tim Burton) está atualmente passando pelo doloroso processo de modelagem do filme, que colocou em ação tipos como Gumby e Wallace & Gromit. Seu novo trabalho, Coraline, está previsto para ser lançado em fevereiro.


"Você quer colocar a mão na massa," Selick disse quando perguntado sobre o que motivava seu uso de modelos de barro e objetos reais em vez de imagens onipresentes de computador. "É esse o sentido para mim."


Outros, incluindo Don Hertzfeldt, Signe Baumane e Plympton, desenham tudo à mão. Mas o tema de seus filmes passa longe das peripécias de Piu-Piu e Frajola: sexo e arrependimento (A Letter to Colleen, de Andy e Carolyn London); um império de pássaros fascista que conquista Londres (Bathtime in Clerkenwell e Last Time in Clerkenwell, de Alex Budovsky); uma adolescente petrificada por uma gravidez (Baumane's "Birth). Ou as agonias da bolha Wrap, enquanto aguarda o inevitável estouro (Fantaisie in Bubblewrap, de Arthur Metcalf).


Animações sérias não são desconhecidas nos Estados Unidos, embora a situação do mercado possa se comparar à do vinho californiano, pré-1976. Waltz With Bashir, o lançamento da Sony Pictures Classics sobre a invasão israelense do Líbano nos anos 1980, é tão séria quanto um filme pode ser. Persépolis e As Bicicletas de Belleville foram grandes exemplos da abordagem pós-Turma do Pernalonga e de uma maturidade de temas, se não necessariamente técnica. Mas os três são importações. Para que seu trabalho seja visto, a maioria dos animadores nos Estados Unidos precisa fazer o caminho inverso.


Baumane chegou a Nova York em 1995 da Letônia e finalmente encontrou um produtor para seu trabalho na Itália. Seu filme Teat Beat of Sex é uma aventura de 15 capítulos semi-autobiográfica e quase filosófica sobre erotismo. Potencializadas pela narração excitante de Baumane, cada curta poderia ser um número humorístico nos palcos, embora ela goste da permanência que o filme proporcione e da oportunidade para provocar: "acredito que ao chocar as pessoas, expandimos suas percepções".


"Meu trabalho é rejeitado por muitos festivais de animação porque eles não o consideram 'animado'", Baumane disse, explicando que usará quatro quadros por imagem, algo que dá menor fluidez de movimento ao filme projetado. (Filmes animados geralmente usam 24 quadros por segundo.) Essa atitude exclusivista é o tipo de coisa que provavelmente irritaria Hertzfeldt.
"Não sei por que essas coisas precisam ser classificadas em grandes e estúpidas gaiolas," disse Hertzfeldt, diretor indicado ao Oscar que divulga pelo país seu último curta, I Am So Proud of You, a seqüência de seu celebrado Everything Will Be OK. "Desenhos à mão contra computadores, película contra digital. Temos mais de 100 anos de uma incrível tecnologia de filmes para usar. Não sei a razão para qualquer artista dispensar qualquer uma dessas ferramentas."


"Muita gente supõe que, como gravo em película e trabalho com animação em papel, faço as coisas do 'jeito difícil', quando na verdade meus últimos quatro filmes teriam sido impossíveis de produzir digitalmente".


Despesas e tempo são os fatos pouco conhecidos da animação digital. Plympton, que gasta centenas de milhares de dólares em suas produções, disse que quando contratou alguém para criar um hotel digital para seu filme Shuteye Hotel, "foram seis meses de atraso e seis meses de estouro de orçamento."


Hertzfeldt, que usa uma rara e antiga câmera de 35 milímetros, disse: "muita gente parece supor que existe um botão 'fazer arte' no computador e tudo no mundo digital é mágico e fácil. Existe um sem fim de idéias erradas sobre como essas ferramentas funcionam e pouco conhecimento de que os animadores em computador precisam se esforçar tanto quanto os animadores tradicionais".


Apesar das exigências e penúrias, esses animadores continuam querendo mais - particularmente Plympton, que arrasta a teimosia a níveis olímpicos. "Produzir uma animação a cada seis meses, um longa a cada ano, uma só pessoa? Nunca foi feito," disse. "Seis longas-metragens sozinho? Não sei se isso alguém um dia vai conseguir repetir". Explode em gargalhadas. "Por que iria?"
Ultimamente, disse Hertzfeldt, os métodos são irrelevantes. "A única coisa que importa é o resultado na grande tela, não como você chegou a ele", disse. "Você pode fazer um desenho com giz de cera sobre um quadrado vermelho que sofre de um amor não correspondido por um círculo azul, e não deixar um só olho seco no recinto se souber como contar uma história".


Tradução: Amy Traduções
The New York Times