sexta-feira, 10 de abril de 2009

BRAZILIAN UG 1


Qual é a cara da animação brasileira neste começo de século?
Se depender da produção independente, uma grande diversidade de técnicas e estilos, uma explosão de cores e um verdadeiro e autentico grito de guerra diante da violência que atola o Brasil desde a época de seu descobrimento, ou de sua invasão, segundo alguns estudiosos.


A MUMIA, enquanto de caráter de exposição livre, se viu lisonjeada na incumbência de mostrar em dois programas de uma hora e meia cada, uma parte seleta do que de novo, insurgente e transgressor esta sendo feito abaixo da linha do Equador, para o publico finlandês, dentro do 39º Tampere Film festival, considerado o mais velho festival do norte europeu. Uma grande distancia geográfica marcada pela fala de André, o único brasileiro presente dentre uma platéia cheia e curiosa: “acho sensacional, A MUMIA estar aqui, mostrando a cultura brasileira que está longe dos estereótipos que o europeu esta acostumado de ver sobre o Brasil”.


Foram escolhidos 39 curtas que abrange uma produção brasileira de 2002 até 2008, representado pelos Estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo, Brasília e Ceará. A mostra foi batizada pelo festival como Brazilian UG.




O programa 1 começa com “A ESPERA” (Ernesto Solis, 10’, 2004), uma delicada e exuberante fotografia protagonizada por dois excepcionais atores brasileiros: Matheus Nachtergale e Enrique Dias, num cenário onde coisas inusitadas podem acontecer.

VRUMMMM! (Paula Dager, 5’, 2003), mostra a sutileza de uma animação em vidro retratando o caos urbano de uma grande cidade.

SINFONIA (Simon Pedro Brethé, 8’, 2004), premiada animação mineira, saída da Escola de Belas Artes da UFMG, a primeira e única escola brasileira que tem um curso a nível superior em cinema de animação, mostra as travessuras das notas musicais ao executar o Bolero de Ravel.

CICLOPE (Dedé e Leleu, 5’, 2004) é uma animação estranha e surreal sobre a metamorfose e a relação entre o homem e a cidade.

O DITADO (Tomás Creus e Lavínia Chianello, 4’, 2004) apresenta delicados bonecos em uma classe de aula onde a imaginação briga com a concentração na cabeça de um aluno.

ENGOLEDUASERVILHAS (Marão, Diego Stoliar, Alessandro Monnerat, Eduardo Perdido, Thomas Larson e Pedro Iuá, 8’, 2003), um típico representante das proposta da MUMIA, um coletivo de animadores e suas idéias absurdas em um clássico da animação brasileira contemporânea.

DRINKS ALL THE TIME (Miro, Luciano Félix e Eduardo Padrão, 2’,2003) é da inventiva turma de Recife que traz essa animação praticamente desconhecida do publico em geral, mostra de forma brilhante e engraçado os poderes do álcool sobre o homem.

A LASANHA ASSASSINA (Ale MacHaddo, 8’, 2002) traz nada mais, nada menos, que Zé do Caixão para contar uma historia de uma lasanha esquecida na geladeira que faz o pavor de uma pequena cidade.

S.U.B (Cristiano Trindade, 2’, 2004), uma animação em xilogravura que mistura de forma experimental desenhos que se assemelham a grafite.

LOOP LOOP (Victor-Hugo Borges, 2’, 2003), uma das primeiras animações do consagrado diretor paulista com uma mistura entre bad trip e muita sujeira.

DEU NO JORNAL (Yanko Del Pino, 3’, 2005), uma das animações mais premiadas e eróticas da animação brasileira. Um clássico absoluto em qualquer antologia de animação.

O PARADOXO DA ESPERA DO ONIBUS (Christian Caseli, 4’, 2005), uma irônica e provocativa experiência fronteiriça. Quase uma anti animação, ou uma animação com desenhos parados.

ROQUE IS DEAD (Eduardo Perdido, 3’, 2005), um videoclipe com muita perseguição, morte e cérebros arrancados.

RATOS DE RUA (Rafael de Paula, 5’, 2003), denuncia social em ritmo e corres vibrantes e chocantes.

MERCÚRIO (Sávio Leite, ‘, 2007), o curta passa em BH (Bósnia_Herzegovina?) e mostra uma viagem alucinante de um rapaz numa praça.

BALLONS (Jonas Brandão, 2’, 2007), um exercício estilístico muito bem resolvido feito em parceria com o National Film Board of Canadá. Uma pequena obra-prima.



E FEZ-SE A LUZ(Clécius Rodrigues, 5’, 2004), uma parodia sobre a criação e seus problemas.

LÚMEN (Willian Salvador, 4’, 2007), um inventor em crise é o mote da excelente animação mineira, premiada internacionalmente, saída da Escola de Belas da UFMG.




Para fechar o Programa 1, DOSSIÊ RÉ-BORDOSA (César Cabral, 16’, 2008), o charme a a popularidade do Cartunista Angeli e a relação conturbada do autor com a sua criação mais famosa é narrada em forma de documentário na animação mais premiada do Brasil.

A relação completa da mostra em Tampere pode ser conferida em:
http://www.tamperefilmfestival.fi/shop2009/product_info.php?products_id=366&language=en

http://www.tamperefilmfestival.fi/shop2009/product_info.php?products_id=366&language=fi


Breve mais informações sobre o Programa 2

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